Marcos Eugênio
Mike Lu
Acontece no dia de hoje, 25, (manhã e tarde) no auditório do Guedes Shopping Center o II Circuito Nacional do Pinhão Manso, que reúne produtores e pesquisadores dessa cultura. O evento, realizado pela ABPPM – Associação Brasileira dos Produtores de Pinhão manso, com apoio do governo federal e Embrapa, discutiu tópicos como: sistema de produção do pinhão manso; informação e difusão de recentes avanços na cultura e experiências práticas em lavouras implantadas.
Um dos destaques do encontro é a Fazenda Tamanduá, localizada no município de Santa Terezinha, vizinho a Patos, por manter uma área experimental do pinhão manso em sua base. Logo após a abertura, o presidente do Instituto Fazenda Tamanduá, Pierre Landolt, fez um pronunciamento sobre esse momento de discussão em torno do pinhão manso. Hoje à tarde acontece uma visita ao campo experimental da fazenda Tamanduá.
No Brasil foram plantados 50 mil hectares este ano, o que deve originar 50 mil toneladas do produto, a ser colhido de dezembro a março do próximo ano.
O pbnoticias conversou com Mike Lu, presidente da ABPPM, um dos palestrantes do Circuito, que tratou da plataforma brasileira de bioquerosene. Ele explicou que a ABPPM e Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, estão desenvolvendo um programa de pesquisas visando oferecer material de alta qualidade e produtividade, garantindo complemento da receita aos agricultores da agricultura familiar, algo que vem provocando interesse crescente desses produtores rurais.
Explicou que está havendo uma reintrodução do pinhão manso, de forma mais controlada e mais sistemática, através de um programa de unidades e observação com a Embrapa. Já são oito estados produtores do pinhão manso, segundo Mike, e a luta é para que todos da federação, com clima e terra adequados, venham a aderir a esse plantio.
Questionado sobre se as informações estão sendo suficientes para que o homem do campo faça sua adesão a essa cultura, Mike Lu falou que o pinhão manso atravessou várias fases no mercado brasileiro. “A primeira foi a da internet, quando se promovia o pinhão como uma colheita milagrosa, que poderia sobreviver e produzir sem qualquer trato. Isso não é verdade. Como qualquer planta que produza num nível de produtividade que gere uma receita complementar ela precisa de manejo e trato, insumos, condições climáticas que garantam seu desenvolvimento adequado”, enfatizou Mike.
Disse que os agricultores que participaram dos primeiros plantios e que sofreram bastante, deveriam retomar esse cultivo, dentro da nova ótica e das pesquisas oferecidas. Considerou que o mercado potencial do pinhão manso é fantástico, enorme e citou como exemplo um vôo da TAM no dia 22 deste mês, utilizando numa turbina 50% de bioquerosene, produzido a partir do plantio do pinhão manso pela agricultura familiar, do agro indústria brasileira.
Sobre a importância dessa cultura para o meio ambiente disse ao pbnoticias que ela ajudaria bastante na recuperação dos pastos degradados, ou no consorciamento com o gado, uma recomendação da Embrapa a gado leiteiro. Com relação a adaptação do pinhão manso na região semi-árida, citou o experimento da Fazenda Tamanduá, que vai buscar uma variedade que seja ideal para essa região. “Essa tem sido a grande missão que Pierre Landolt colocou em sua propriedade para desenvolver alternativa de matéria prima de biomassa adaptadas nessa faixa”, disse Lu.
Sobre os incentivos federais aos cultivadores do pinhão manso, disse que ainda não chegam por não existir um cultivar no registro nacional, porém toda a parceria da ABPPM com a Embrapa Agroenergia visa alcançar um cultivar do pinhão manso essencialmente brasileiro que permita seu registro. Consequentemente, a partir desse ponto, estabelecer uma política agrícola do governo federal para a diversificação das matérias primas para o programa nacional de uso e produção do biodiesel. “Acredito que esse trabalho contínuo de pesquisa trará resultados a fim de permitir a obtenção de subsídios e também financiamento dentro do programa de nacional de fortalecimento da agricultura familiar, permitindo com isso o ingresso dos agricultores no programa do biodiesel e bioquerosene brasieliro”, comentou.
A compra da produção nacional é garantida pela ABPPM a preço de mercado. O produto é beneficiado na usina Fusermann, de Barbacena-MG, que este representado no II Círculo Nacional do Pinhão manso por seu diretor executivo, Luciano Piovesan Leme.
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