Urologista fala ao pbnoticias sobre saúde do homem

Marcos Eugênio

O pbnoticias entrevistou esta semana o médico urologista e cirurgião geral, Eliseu de Melo Neto, que fez um balanço do programa Saúde do Homem lançado este ano pelo Ministério da Saúde, a fim de corrigir a postura do público masculino, que historicamente não liga muito para a prevenção, diferentemente das mulheres, que realizam com frequência exames essenciais para saúde.

Dr. Eliseu explicou que o programa vem se expandindo em todo o país, praticamente dobrando nos últimos seis meses, porém o nível de conscientização do homem ainda fica a desejar. “Ainda se morre muito no Brasil por problemas que poderiam ser evitados. Mas existe uma luz no fim do túnel, com campanhas esclarecedoras, cidades aderindo ao programa, aumenta também o número de profissionais da saúde atendendo o homem na sua integralidade”, comentou.

Questionado sobre se os investimentos federais no programa Saúde do Homem tem sido satisfatórios, Eliseu explicou que o programa tem várias etapas e a aplicados dos recursos depende de cada uma delas para se faça uma assistência melhor ao público masculino. Alertou que a saúde do homem é complexa e não só um programa irá resolvê-la. “O programa é muito importante para prevenir e mostrar a necessidade de trazer à tona problemas relacionados à questão masculina, mas é preciso um desejo maior do próprio homem de se cuidar, pois não se permite que em nosso meio ainda se morra mais precoce, em torno de sete e até oito anos em relação às mulheres. Estamos morrendo muito mais precoce porque não estamos procurando a prevenção”, enfatizou.

O urologista acrescentou que as doenças diagnosticadas no homem são muito mais graves, com prognóstico mais fechado, pois este quando procura o tratamento, na sua grande maioria, a patologia já apresenta evolução maior, sem falar nas doenças que matam gratuitamente, como por exemplo as de pênis, próstata, que acomete as pessoas numa idade mais avançada e que é silenciosa, não se manifestando nos primeiros anos e muitos só procuram o urologista quando esse mal se encontra em estado agressivo e avançado sem chances para um tratamento definitivo.

Sobre o preconceito para o exame da próstata, Dr. Eliseu analisa que o homem precisa ter o grau de conscientização que é preciso se cuidar, que o toque é um exame simples, não traz danos algum, alteração na masculinidade, que faz parte da propedêutica da urologia e da cirurgia geral e de outras especialidades. “Não precisamos ficar com esse temor com relação ao toque. É um exame muito simples, rápido de ser executado e com ele traz muito mais dados ao médico e excelente para o paciente se cuidar. Com o toque a gente sabe que é capaz de dar um diagnóstico mais rápido. Os homens têm esse preconceito, mas gradativamente ele será tirado da mente, com a conscientização, o que muitos já estão fazendo, com a visita ao urologista para fazer seu diagnóstico”, disse Eliseu.

No Brasil as mortes em decorrência do câncer de próstata ainda atingem números bastante elevados, 4 a 5%, sendo que no Nordeste o índice é mais elevado, em torno de 6%, isso devido as condições econômicas e o nível de consciência inferior dos nordestinos em relação à doença, segundo explicou o urologista.