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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Auto-estima – uma leitura saudável para começar bem o seu dia!


Inácio A. Torres

MANDAMENTOS DO ELEITOR

            Há quem diga que no futebol as pessoas se alienam, no carnaval enlouquecem e na política se empolgam. Se esse argumento for verdadeiro, neste ano de 2010, presenciaremos muita empolgação, já que teremos eleições amplas com abrangência de cargos em níveis federal e estadual.
            De fato, até outubro, a política partidária será o tema predileto em todas as rodas de discussão. Apesar disso, visualizo pouca empolgação popular sobre o assunto. E não é pra menos, pois as campanhas que deveriam se constituir em movimentos de idéias com compromissos transparentes e participação de candidatos e eleitores, apesar da nova lei eleitoral, continua com as mesmas práticas, ou sejam, pelejas de publicitários, trocas de acusações e carros de som com barulho ensurdecedor desfilando no meio das ruas e atrapalhando o trânsito.
            São muitos os tropeços na educação, na saúde, na agricultura, na segurança, na economia, na ausência de respeito ao meio ambiente. Denúncias de corrupção contra candidatos desfilam corriqueiramente em jornais, rádio e televisão. Os corruptos têm agido com sabedoria, mas também, não se pode negar que a justiça não tenha sido mais sábia, sobretudo agora com a lei do Ficha Limpa, um anseio popular desde os anos oitenta e que agora está sendo concretizado.
             São inúmeros os casos em que a impunidade vem sendo reduzida, e nesses últimos tempos temos visto políticos desonestos sendo cassados e presos em praça pública. No caso dos “fichas sujas”, anuncia a imprensa que, pelo menos grande parte está temerosa da aplicação dos “rigores da lei.”
            Esses exemplos de punição aos corruptos fortalecem o crédito em dias melhores para os indivíduos, as famílias e as comunidades. Restabelecem a crença de que, no país, ainda há justiça de verdade. Renovam as esperanças para que se vote. Mas para se fazer isso é preciso alguns critérios, já que o voto é um instrumento valioso e um grande gesto de exercício da cidadania.  
            Conforme a causalidade - uma das categorias do entendimento - só existem maus políticos porque existem maus eleitores e vice-versa. Daí não ser fácil votar e/ou ser votado. É um processo que envolve cumplicidades, responsabilidades e compromissos com pessoas, famílias e comunidades.
            Mas, para diminuir a imperfeição do voto, transcrevo e recomendo algumas dicas extraídas de um documento intituladas mandamentos do eleitor, escrito em 1986, lamentavelmente apócrifo, mas que o julgo interessante, sobretudo numa época dessas. A seguir o decálogo com algumas adaptações.
            Acredite na força de seu voto para mudar o Brasil. Se você votar corretamente, bons candidatos serão eleitos e leis mais justas serão aprovadas. Só vote em candidatos que já provaram que estão a lado do povo, defendem interesses populares. Cuidado com aproveitadores.
            Analise as propostas dos candidatos. Desconfie de promessas, pois na maioria são enganosas. Quem promete muito, pouco realiza. Não vote por partido e sim por pessoas. Investigue pela internet a vida dos políticos. Examine o passado deles. Como vivem em família, na sociedade, e como agem na política.
            Não se deixe enganar com campanhas luxuosas, com promessas, propagandas insinuantes, barulho de carro de som, notas de jornais; com políticos dando-lhe tapinhas nas costas, aperto de mão exagerado, oferecendo favores eleitoreiros. Esses não merecem o seu voto porque tentam comprar a sua consciência. Não se impressione com isso, só vote em quem sua consciência aprovar.
            Não vote em que só visita o povo pensando em eleição. Estes só pensam em seus interesses próprios, nos privilégios do poder.
            Não vote em quem lhe oferece dinheiro, emprego e presentes em troça de seu voto. Quem tenta comprar seu voto, não é seu amigo, mas amigo da corrupção, da desonestidade.
            Lobo e cordeiro ainda não comem juntos. Não vote em quem já expulsou trabalhadores de sua terra, em quem já demitiu empregados sem justa causa, em quem já utilizou o cargo para fazer revanchismo, perseguições, disseminar o ódio, o terror, em quem está envolvido com drogas, assassinatos, pedofilia, violência contra mulheres, em quem já está viciado no poder para não fazer nada pelo povo.
            Todo dinheiro do governo pertence ao povo, portanto não vote em quem está gastando dinheiro do povo em proveito próprio, em campanhas políticas, em obras que não servem ao povo.
            Raposa não representa galinha. O povo não deve votar portanto em políticos profissionais, acostumados à prática do clientelismo e do fisiologismo desenfreados. Em quem lhe quer a todo custo comprar sua consciência.
            Não vote em que já demonstrou ser contra os trabalhadores, contra reivindicações dos funcionários públicos em geral e de outras categorias.
            Por fim, lembre-se que sua responsabilidade não termina no dia da eleição. Dos eleitos, não cobre favores pessoais, mas vigie a atuação deles e cobre os compromissos assumidos com o povo.
            
Coluna publicada simultaneamente com o pbnoticias.com

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