Compromisso com a verdade dos fatos

Bem-vindo ao blog Garimpando Palavras

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Autoestima- uma leitura saudável para começar o dia!


Inácio Andrade Torres –  04/02/10
O BBB 2010 – UMA GRATIFICAÇÃO VICÁRIA
Gratificação, segundo Aurélio, é o ato ou efeito de gratificar; uma retribuição de serviço extraordinário; uma remuneração acima da devida; extraordinária, por determinado serviço que se reputou muito bem executado, ou de execução difícil; gratificação de natal, de décimo terceiro salário. Vicário, esse mesmo dicionarista, define como sendo o que faz às vezes de outrem ou de outra coisa.Diz-swe do poder execido por delegação de outro. 
No âmbito da psicanálise, trata-se de uma gratificação construtiva e gratificante por serviços prestados aos outros. Pode ser ainda o controle de impulsos agressivos, o aguardo por gratificação, reparação de maus entendimentos; indicam a participação direta ou vicária, em atividades agressivas. Do ponto de vista religioso, há o entendimento de que seja o pagamento para a libertação de uma servidão, obrigação ou perigo de vida. Era feito por pagamento de um preço, resgate, suborno, gratificação ou soma em dinheiro. As pessoas resgatavam propriedades, escravos, prisioneiros, parentes. É uma gratificação obtida de forma mais indireta
O conteúdo dos dois parágrafos anteriores conceitua psico-social-cientificamente a situação do cotidiano das pessoas que se encontram em confinamento ou enclausurados na “casa mais vigiada do Brasil”. E, na poesia abaixo, de Carlos Drumond de Andrade, podemos observar perfeitamente traços do perfil dos enclausurados dessa casa. Ainda bem que são adultas e independentes, portanto responsáveis pelos seus atos e atitudes. Autoencarcerados, ora vivendo como escravos e escravas, ora como reis e rainhas, afastadas do convívio social e familiar, todos eles e elas perdem-se no tempo, no espaço e na causalidade, sem entendimento se estão caminhando para o esplendor ou para a sepultura da fama. Leia a seguir a poesia “Fim da casa paterna”. de Drumond.
“Vou dobrar-me
À regra nova de vida.
Ser outro que não eu, até agora
Musicalmente agasalhado
na voz de minha mãe, que cura doenças,
escorado no bronze de meu pai, que afasta raios.

Ou vou ser – talvez isso – apenas eu
unicamente eu, a revelar-me
na sozinha aventura em terras estranhas?
Agora me retalha
O canivete desta descoberta:
Eu não quero ser eu, prefiro continuar
objeto de família”.

Coluna publicada simultaneamente com o pbnoticias.com

Nenhum comentário:

Arquivo do blog