Foi aberta na noite de hoje a Festa de Setembro ou de Nossa Senhora da Guia, a mais antiga manifestação religiosa de Patos, que está completando 221 anos de existência. Inserida no calendário de eventos turísticos da Paraíba, a Festa de Setembro hoje reuniu grande número de fiéis. Na programação inaugural do evento religioso aconteceu a tradicional carreata da Igreja de São Pedro, no Jatobá, percorrendo em seguida todas as paróquias da cidade e depois se dirigindo à Catedral, onde aconteceu bênção dos veículos, hasteamento da bandeira e bênção do Divino Espírito Santo.
Até o dia 24 deste mês o povo cristão participa de novenário, missas, confissões e quermesse e bingos. Este ano não acontece a venda de bebidas alcoólicas, uma determinação da Diocese de Patos. No dia 24, dia da padroeira Nossa Senhora da Guia, acontece a procissão. Vários parques estão instalados em ruas centrais da cidade, além de barracas de comes e bebes. O Bispo D. Manoel dos Reis de Farias está ausente da Festa da Guia por se encontrar em Roma com os demais bispos brasileiros.
A história
A história de Patos tem como principal pilar a religiosidade, a fé cristã católica. O grande marco para o surgimento do povoado de Patos foi a construção da capela de Nossa Senhora da Guia, um sonho alimentado e compartilhado pelos casais fazendeiros Paulo Mendes de Figueiredo e Maria Teixeira de Melo e João Gomes de Melo e Mariana Dias Antunes. Eles imaginavam o surgimento de um povoado em torno de uma igreja, sob proteção da santa, padroeira desta cidade.
Para a concretização do sonho, esses casais doaram em 1766 a quantia de 120 mil réis de terras dos sítios Patos e Pedra Branca para erguer a ermida. A construção da capela teve início em 1772, ano em que a capela passou a fazer parte da freguesia de Nossa Senhora do Bom Sucesso, de Pombal.
A imagem de Nossa senhora da Guia chegou antes do término da construção, levando os fiéis a improvisarem um altar embaixo de um pé de pereiro que havia em frente à obra. Em 06 de outubro de 1788 foi elevada à categoria de Paróquia, sendo incorporada à Diocese de Olinda. O primeiro vigário da paróquia foi o padre José Inácio da Cunha Souto Maior, que permaneceu na função até 1796. Já o primeiro sacerdote filho de Patos a dirigi-la foi Joaquim Alves Machado, exercendo sacerdócio nessa igreja de 1878 a 1918.
A Paróquia de Nossa Senhora da Guia foi a grande responsável pelo crescimento da localidade, que progrediu a largos passos. O pequeno povoado, com uma excelente posição geográfica, passou a atrair comerciantes, agropecuaristas de diversas regiões, que foram contribuindo para aceleração do desenvolvimento local. Devido a essa prosperidade, ganhou o título de Vila Imperial dos Patos.
Com o aumento da população, a igreja realizou uma consulta popular sobre a construção de um templo mais espaçoso, cuja pedra fundamental foi lançada em 23 de outubro de 1893. Por se tratar de um prédio considerado histórico, já àquela época, não era possível demoli-lo para construção do novo templo, erguido noutro lugar, hoje Catedral. A nova Igreja de Nossa Senhora da Guia já oferecia condições de funcionar em 1906.
O antigo templo, cuja estrutura continua a mesma desde 1772, passou a homenagear Nossa Senhora da Conceição, hoje um dos mais importantes resquícios da história do município. A cidade se desenvolveu com muita intensidade. O Padre patoense, Fernando Gomes dos Santos quis adaptar a igreja à realidade da cidade, que tinha um impulso econômico admirável. Foi então decidida, depois de muitos debates com a população, a construção de um novo templo, porém no mesmo lugar.
O Pe. Fernando Gomes captou doações e coordenou todos os trabalhos que culminaram com a inauguração em 1942, com pouco mais de dois anos do lançamento da pedra fundamental. A Igreja, que mais tarde, em 1951, foi denominada Igreja Matriz da Paróquia de Nossa Senhora da Guia, Igreja Catedral, depois que o Papa João XXIII transformou Patos em Diocese.
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