Barracos de lona e papelão, alguns ainda sendo erguidos. Diariamente 25 pessoas chegam cedo ao Acampamento Dora, localizado na BR 230, ao lado do Agrocentro de Patos, e permanecem de plantão, numa resistência para muitos deles necessária. Cerca de duzentas famílias que vivem na periferia da cidade, ex-moradores e empregados da zona rural, lutam, há dois meses, por um pedaço de chão para tirar seu sustento. Assim fala um dos coordenadores de Dora, Gilson Nogueira.
A bandeira do MST fincada em frente ao acampamento mostra a orientação e apoio do Movimento dos Sem Terra. São famílias que tentam, junto ao Incra, voltar para o campo e fazer o que sempre fizeram: plantar. Nogueira explica ao pbnoticias o motivo das famílias terem vindo viver na periferia da cidade. Cita as condições impostas pelos donos das terras, que não permitiam que elas criassem animais em suas glebas, sem contar o desemprego na lavoura, que contribuiu em muito para a expulsão dos agricultores, que hoje vivem dos famosos “bicos” na cidade ou vivendo à custa da aposentadoria do patriarca. Para complicar a situação, o inverno rigoroso deste ano impôs quebra de 70% na safra. C
om o salário de sua aposentadoria, R$ 465,00, o senhor Igino de Freitas, 67 anos, faz milagres para sustentar uma prole composta de filhos e netos de doze pessoas. “Todos nós queremos voltar para a lavoura, mas só se for para trabalhar na nossa própria terra”, enfatiza. As famílias aguardam com grande expectativa a chegada de cestas básicas, que vão ser enviadas pelo governo federal, uma ação paliativa para quem precisa de algo mais concreto, chão para produzir. Seu Gilson enfatiza que no acampamento é proibido alguém levar bebida alcoólica ou drogas ilícitas. Se alguém for pego deixa de fazer parte do grupo.
Fonte:pbnoticas.com
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