São Dâmaso I, Papa e Confessor
(+ Roma, 384)
Natural da cidade lusitana de Guimarães, era irmão de Santa Irene. Possuía grande cultura, era arquivista e poeta, e tinha também gosto pela arqueologia. Ordenou a organização dos arquivos da Igreja, conservando versões fiéis e autênticas dos escritos dos primeiros Padres e mandando destruir versões apócrifas e deturpadas, para que no futuro não pudessem ser aproveitadas por hereges. Com a mesma profética intenção, quis que houvesse uma única versão oficial dos Livros Sagrados, e incumbiu seu secretário, São Jerônimo, de fazer uma tradução latina das Escrituras, diretamente dos originais gregos ou hebraicos, daí nascendo a célebre Vulgata. Ordenou que fossem feitas escavações e obras de conservação nas catacumbas, abandonadas desde que Constantino dera liberdade à Igreja, em 312. Pessoalmente redigiu, em versos, os epitáfios dos incontáveis mártires que iam sendo localizados nas galerias subterrâneas de Roma. Por influência sua foi retirada do Senado romano a estátua da deusa Vitória, sendo assim eliminado esse vestígio do paganismo oficial. Foi um dos primeiros Papas a definir explicitamente o primado do Papa sobre a Igreja Universal, com uma autoridade que lhe vem de Nosso Senhor Jesus Cristo, e não por delegação dos demais bispos ou de concílios. Apoiou Santo Atanásio em sua luta contra o arianismo e combateu tenazmente essa, como diversas outras heresias do tempo. Em resumo, pode-se dizer que seu Pontificado, que durou 18 anos, foi dos mais fecundos dos primeiros séculos da História da Igreja.
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