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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Outubro rosa deve continuar o ano inteiro


Chegamos ao final de outubro. Para celebrar esse momento, julgamos pertinente, quer pela relevância do tema quer como registro histórico, republicar neste espaço o texto abaixo, escrito por Morgana do Nascimento Andrade, Neuropsicóloga clínica, especialista em dor e cuidados paliativos pelo Hospital A.C. Camargo de São Paulo, e atualmente atuando no Ortotrauma e na Clínica da Coluna em João Pessoa.
“A colocação do câncer como um problema de saúde pública pela mídia favoreceu o combate dessa doença que, embora tenha cura quando descoberta no início, ainda aterroriza. Tratando-se do câncer de mama, o mundo inteiro acordou para o problema a partir dos anos noventa. Também pudera, a freqüência abrupta de casos novos dessa patologia a faz ser bastante temida pelas mulheres. Na verdade, embora tenha grande possibilidade de cura, o câncer de mama ainda precisa ser melhor conhecido pela população, e especialmente pelas mulheres. A indiferença ao problema só promove inutilmente ignorância, preconceito e medo.
Quando se conhece bem o tratamento, consegue-se com apoio de familiares e trabalhadores da saúde entender os efeitos psicológicos que afetam a sexualidade e a imagem pessoal da mulher portadora, bem como enfrentar com ponderação as dores  biológicas e psicológicas, produzidas pela a amputação da mama cujas implicações mexem com o emocional da mulher e de todos os membros da sua família.
Em abril 2008, para amparar as mulheres portadoras desse câncer, criou-se no Brasil, a lei No 11.664, que dispõe sobre a efetivação de ações de saúde que assegurem a prevenção, a detecção, o tratamento e o seguimento dos cânceres do colo uterino e de mama, no âmbito do SUS. Isso é bom, mas não basta.
Apesar de válida a iniciativa do legislativo, o problema requer também solidariedade, conhecimento e sentimento humanos. A lei é ordenamento, cuida da dor social, econômica, previdenciária. Sem ela naturalmente seria muito pior. Porém, o câncer mamário traduz uma dor crônica que dói, machuca, e maltrata até a alma. Uma dor que pode trazer muitas complicações e até desorientação familiar.
Sem dúvida, um dos maiores aliados contra a doença é a prevenção, cujo início dar-se exatamente com a conscientização. E foi fundamentado nesse pensamento que a partir dos anos noventa nos Estados Unidos idealizou-se o Outubro Rosa, um movimento que se espalhou no mundo inteiro tendo por objetivo alertar a humanidade sobre o câncer de mama, essa doença que vem a cada ano matando mais mulheres.
Esse movimento adotou como simbologia um laço cor rosa, que significa vínculo, união, aliança, afetividade. Logo, caso encontre pessoas usando esse laço, já sabe que se trata de alguém que está apoiando a luta contra o câncer de mama. Mire-se no exemplo, estimule-se e também coloque o seu laço. Assim, você estará participando de uma luta solidária e denunciadora de uma questão mundial de saúde pública. Uma luta que deve estender-se durante todos os meses do ano.

Texto publicado no Jornal Correio da Paraíba, Homem & Mulher, edição 30.10.2011

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