Na manhã seguinte ao show da cantora mineira Ana Carolina, ocorrido no último sábado 15 na capital João Pessoa, o que se viu na praia, nas areias de Tambaú e Cabo Branco, foi algo aterrorizante. À medida que os garis, em mutirão, recolhiam garrafas pets, copos descartáveis, garrafas de vidro, sacolas plásticas, ficava a pergunta no ar: Porque com tantas lixeiras enormes espalhadas por toda a área do evento o público agiu de maneira insana, dando sua contribuição para a poluição, numa era em que tanto se discute os efeitos da degradação ambiental? O cenário revoltou muitos banhistas que iam chegando à busca de sol e mar. Um dos garis disse que aquilo era normal, sempre que acontecia festa na praia.
Veio-me então à memória tantas e tantas catástrofes ocorridas graças à ação do homem, uma bem recente, a que atingiu a região serrana do Rio, na qual já foram contabilizados quase 700 mortes. A construção de casas irregulares em áreas de florestas devastadas é apenas um desses exemplos, com a permissividade dos órgãos públicos.
Puxando para mais próximo de nós, as enchentes do Rio Espinharas, com inundação de ruas construídas às suas margens, como que o homem desafiasse a natureza. Ninguém pode esquecer também os efeitos das enchentes de 2009, as águas pedindo passagem. A ocupação desordenada, puxada por uma série de fatores sócio-político-econômicos, nos deixam sem muitas esperanças de reversão desse quadro de disputada por espaço, homem X natureza e os prognósticos dos especialistas não são nada animadores, que preveem um futuro de novas catástrofes ambientais, provocadas em sua grande maioria pela intervenção nossa, seres racionais.
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