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quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Conselho Municipal dos Deficientes de Patos doa obras à Sala de Braille


O Conselho Municipal do Direito das Pessoas Portadoras de Deficiência de Patos fez na tarde de ontem doação de importantes obras à Sala de Braille, que funciona na Biblioteca Municipal. Trata-se da Legislação Federal Básica da Pessoa Portadora de Deficiência (10 volumes); Código de Proteção e Defesa do Cidadão; Literatura Popular em Versos e regimento da última conferência do portador de deficiência, todas na linguagem Braille. O evento contou com a participação de representantes de conselhos municipais, da Secretaria Municipal de Educação e entidades que representam os deficientes de Patos.
A secretária da Casa dos Conselhos Municipais, Francisca Vasconcelos, explicou que a doação teve como base a necessidade dos deficientes visuais de ampliar seus conhecimentos sobre leis, cidadania e a própria cultura nordestina. Como as obras em Braille haviam sido doadas para a Casa dos Conselhos, estes perceberam que elas teriam maior utilidade nas mãos dos deficientes visuais, por isso a doação à Biblioteca.
Dificuldades para o deficiente
O Conselho Municipal do Direito das Pessoas Portadores de Deficiência, composto por 18 conselheiros, 70% com participação ativa, dentre os principais problemas inerentes à realidade do deficiente de Patos, o que mais lhe chama atenção é a falta de acessibilidade, principalmente para cegos e deficientes físicos. Um exemplo são as calçadas da cidade, que apresentam uma série de obstáculos que provocam acidentes e insegurança a eles.
Com estreita ligação com a Sala de Braille, o Conselho foi criado pela Lei 3.434 em agosto de 2005 e a maior conquista registrada foi a abertura, a socialização dos portadores de deficiência, que hoje contam com um espaço para reivindicar e participar das discussões de políticas públicas que lhes tragam, inclusive, garantia de uma vida mais digna e inclusiva.
Acervo
A coordenadora da Sala de Braille, Silvânia Lucena, falou que existe a necessidade constante de livros no setor e essas obras doadas vem ampliar os horizontes do público que freqüentam a sala, que em seu acervo possui, dentre outros, a Bíblia Sagrada (Antigo e Novo Testamento), talvez a única em Braille do Nordeste, produzida especialmente para Patos, além de livros didáticos. “Com a abertura da Sala de Braille os cegos passaram a ter uma vida bem melhor, descobriram um novo mundo que antes eles não tinham acesso”, comentou Silvânia.
Preconceito
A secretária adjunta de Educação, Adalmira Cajuaz, considerou bastante positiva a abertura da Sala de Braille. Disse que o espaço precisa ser mais visitado pelos deficientes visuais e criticou o comportamento das famílias que escondem, seja por excesso de amor, proteção ou vergonha, seus filhos deficientes. Para ela os pais deveriam levá-los à Sala de Braille para aprenderem a linguagem e passar a descobrir muitas coisas que lhes faltam no dia a dia. Adalmira explicou que o preconceito ainda é muito forte, seja no seio da sociedade, seja na própria família, que chega ao ponto de esconder que tem um deficiente em casa.
Essa atitude, inclusive, vem atrapalhando a tentativa do Município de traçar um perfil quantitativo de pessoas portadoras de deficiência para elaborar novas políticas públicas em benefício desse referido público. “É preciso que a família deixe de ser tão egoísta e passe a pensar mais no deficiente, que precisa de uma luz, de aprender, de estudar, participar mais do mundo em que está inserido, e isso ele tem aqui na Sala de Braille”, desabafou a secretária adjunta.
Assessoria

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