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terça-feira, 22 de setembro de 2015

FIP e Estado realizam oficina para pactuar residência médica em medicina de família e comunidade no Sertão




José Leudo, gerente regional de saúde.

Paula Maia, coordenadora do curso de Medicina das FIP.

                                                
O Sertão paraibano dá um importante passo no processo de solidificação do projeto de ampliação de residência médica, como propõe o Ministério da Saúde, a fim de trazer melhorias para a atenção básica. Foi aberta na manhã desta terça-feira no auditório de Direito das FIP -  Faculdades Integradas de Patos, a I Oficina de Sensibilização dos Municípios do Sertão e Construção de COAPES – Contrato Organizativo de Ação Público Ensino de Saúde.

Da reunião participam o gerente regional de saúde, José Leudo de Farias, secretários municipais de saúde, Paula Maia, coordenadora do curso de Medicina e Vandezita Dantas, coordenadora de Residência Médica, representantes das FIP nesse processo, além de gestores municipais de saúde e apoiadores da 6ª GRS. Essa oficina visa justamente a pactuação do ensino, ou seja a contratualização para que os residentes possam prestar seus serviços juntos à comunidade.

Pela lei do Mais Médico, a partir de 2019 para cada egresso no curso de Medicina deve haver uma vaga para residência médica. Paula Maia explica que não basta ter um curso de Medicina, como já existe. Trata-se de uma forma de qualificação da rede de saúde e fixação do médico no interior.  “A residência médica é do município e a FIP oferecerá toda a parte de infraestrutura e pedagógica, como biblioteca, sala, secretaria, rede de computadores, controle acadêmico, gestão pedagógica”, diz Paula Maia.

A parceria é tripartite, projeto do Governo Federal, dentro do Mais Médico, Estado, que entra com a logística hospitalar e apoiadores matriciais, o município receberá o residente médico, e o apoio da instituição de ensino, FIP.

Esse processo de ampliação de residências médicas não é novo no Brasil. Algumas regiões já vivenciam e tiram proveito do impacto positivo que ele proporciona, com articulação estadual, municipal e instituições de ensino, como a redução de fila de espera por determinadas especialidades, que antes era longa, a qualificação da rede de saúde, os médicos se apoderaram mais dos conhecimentos, e humanização do atendimento no local, como explica Vandezita, citando a região de São José dos Pinhais, no Paraná, onde ela participou de tal processo.

A residência é um compromisso do médico com a instituição de ensino. A organização, as leis, diretrizes são preconizadas pelo MEC. O residente, por obrigatoriedade, tem que permanecer no seu local de atendimento por no mínimo 40 a 60 horas. “Ele será relocado em diversos cenários de prática, sejam hospitalares, unidades de saúde, mas ele tem o compromisso de cumprir a carga horária prevista na lei do residente”, diz Vandezita.

O gerente Regional de Saúde, José Leudo, sobre a implantação da residência médica em Patos, opina que representará mais qualificação, mais atendimento médico para a população. “Significa abrir mais espaço para os novos médicos que estão chegando. É um passo histórico para nossa regional, pioneira nessa parceria, no primeiro passo para qualificar essa gestão, qualificar o atendimento nas unidades básicas, em nossos hospitais”, enfatizou Leudo.

Nesta oficina de hoje foram trabalhos três eixos: Ampliação e melhoria da infraestrutura; Formação para o SUS – ampliação de profissionais, mais oferta de graduação e residência médica, e o terceiro, Provimento emergencial – editais de chamadas nacional e internacional.

Mais Médico

O programa Mais Médico possui 18.240 médicos atendendo 63 milhões de brasileiros em 4.058 municípios. Em pesquisa realizada pela UFMG/IPESPE com médicos espalhados pelo país, 100% afirmaram terem sido bem recebidos por sua comunidade. Este ano houve edital para preenchimento de 4.139 vagas, todas preenchidas. O Ministério da Saúde vem incentivando cursos de Medicina, residência médica para que num futuro próximo haja demanda médica suficiente para cobrir as necessidades da atenção básica sem a necessidade de se recorrer aos profissionais do exterior.


O Governo Federal tem como meta oferecer até 2017 a quantidade de 11,5 mil novas vagas em graduação de Medicina, em universidades públicas e privadas. Relatórios do Tribunal de Contas da União apontam um aumento de 33% nas consultas na Atenção Básica nos últimos dois anos, com a vinda dos médicos estrangeiros, maioria da ilha cubana.

Marcos Eugênio

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