José Leudo, gerente regional de saúde. |
Paula Maia, coordenadora do curso de Medicina das FIP. |
O Sertão paraibano dá um
importante passo no processo de solidificação do projeto de ampliação de
residência médica, como propõe o Ministério da Saúde, a fim de trazer melhorias
para a atenção básica. Foi aberta na manhã desta terça-feira no auditório de
Direito das FIP - Faculdades Integradas
de Patos, a I Oficina de Sensibilização dos Municípios do Sertão e Construção
de COAPES – Contrato Organizativo de Ação Público Ensino de Saúde.
Da reunião participam o gerente
regional de saúde, José Leudo de Farias, secretários municipais de saúde, Paula
Maia, coordenadora do curso de Medicina e Vandezita Dantas, coordenadora de
Residência Médica, representantes das FIP nesse processo, além de gestores municipais
de saúde e apoiadores da 6ª GRS. Essa oficina visa justamente a pactuação do
ensino, ou seja a contratualização para que os residentes possam prestar seus
serviços juntos à comunidade.
Pela lei do Mais Médico, a partir
de 2019 para cada egresso no curso de Medicina deve haver uma vaga para
residência médica. Paula Maia explica que não basta ter um curso de Medicina,
como já existe. Trata-se de uma forma de qualificação da rede de saúde e
fixação do médico no interior. “A
residência médica é do município e a FIP oferecerá toda a parte de
infraestrutura e pedagógica, como biblioteca, sala, secretaria, rede de
computadores, controle acadêmico, gestão pedagógica”, diz Paula Maia.
A parceria é tripartite, projeto
do Governo Federal, dentro do Mais Médico, Estado, que entra com a logística
hospitalar e apoiadores matriciais, o município receberá o residente médico, e o
apoio da instituição de ensino, FIP.
Esse processo de ampliação de
residências médicas não é novo no Brasil. Algumas regiões já vivenciam e tiram
proveito do impacto positivo que ele proporciona, com articulação estadual,
municipal e instituições de ensino, como a redução de fila de espera por
determinadas especialidades, que antes era longa, a qualificação da rede de
saúde, os médicos se apoderaram mais dos conhecimentos, e humanização do atendimento
no local, como explica Vandezita, citando a região de São José dos Pinhais, no
Paraná, onde ela participou de tal processo.
A residência é um compromisso do
médico com a instituição de ensino. A organização, as leis, diretrizes são
preconizadas pelo MEC. O residente, por obrigatoriedade, tem que permanecer no
seu local de atendimento por no mínimo 40 a 60 horas. “Ele será relocado em
diversos cenários de prática, sejam hospitalares, unidades de saúde, mas ele
tem o compromisso de cumprir a carga horária prevista na lei do residente”, diz
Vandezita.
O gerente Regional de Saúde, José
Leudo, sobre a implantação da residência médica em Patos, opina que
representará mais qualificação, mais atendimento médico para a população. “Significa
abrir mais espaço para os novos médicos que estão chegando. É um passo histórico
para nossa regional, pioneira nessa parceria, no primeiro passo para qualificar
essa gestão, qualificar o atendimento nas unidades básicas, em nossos hospitais”,
enfatizou Leudo.
Nesta oficina de hoje foram
trabalhos três eixos: Ampliação e melhoria da infraestrutura; Formação para o
SUS – ampliação de profissionais, mais oferta de graduação e residência médica,
e o terceiro, Provimento emergencial – editais de chamadas nacional e
internacional.
Mais Médico
O programa Mais Médico possui
18.240 médicos atendendo 63 milhões de brasileiros em 4.058 municípios. Em
pesquisa realizada pela UFMG/IPESPE com médicos espalhados pelo país, 100%
afirmaram terem sido bem recebidos por sua comunidade. Este ano houve edital
para preenchimento de 4.139 vagas, todas preenchidas. O Ministério da Saúde vem
incentivando cursos de Medicina, residência médica para que num futuro próximo
haja demanda médica suficiente para cobrir as necessidades da atenção básica
sem a necessidade de se recorrer aos profissionais do exterior.
O Governo Federal tem como meta
oferecer até 2017 a quantidade de 11,5 mil novas vagas em graduação de
Medicina, em universidades públicas e privadas. Relatórios do Tribunal de Contas
da União apontam um aumento de 33% nas consultas na Atenção Básica nos últimos
dois anos, com a vinda dos médicos estrangeiros, maioria da ilha cubana.
Marcos Eugênio
Nenhum comentário:
Postar um comentário