Como não poderia ser diferente, a
sessão da Câmara Municipal de Patos, Casa Juvenal Lúcio de Sousa, desta
quinta-feira 20, teve como pauta principal a discussão em torno dos estragos
causados pela chuva no Canal do Franco, elencada como obra mais importante para
a drenagem de águas pluviais da cidade, cuja primeira etapa consumiu cerca de
R$ 30 milhões aos cofres públicos.
Toda a obra, denominada de Bacia
do Frango, prevê ainda a construção dos canais do São Sebastião e Noé Trajano. No
momento cerca de 65% do projeto total foi executado. Na última terça-feira a
chuva de quase 150 mm mostrou que houve falhas de concretagem. Essa é uma
afirmativa da secretária de Infraestrutura e Urbanismo de Patos, Maria Assunção,
que passou por uma espécie de sabatina pelos vereadores, que pediam explicações
sobre a decepção da população com a promessa do Executivo local que os
problemas de inundações seriam resolvidos com o referido canal.
Assunção disse que no local em que
houve queda de uma parede do canal, a área estaria submersa e o canal procurou
sair para seu piscinão, já que havia muita chuva, para depois voltar para seu
leito. Apesar dessa falha, afirmou que elas podem existir em qualquer projeto,
citando os das arenas para a Copa do Mundo no Brasil, mas que no geral o Canal
do Frango não foi comprometido.
Sobre a fiscalização da obra,
disse que o Canal recebeu o aval de engenheiros do município, Caixa e do
Ministério das Cidades. Em relação às falhas, a empresa responsável, a Andrade Galvão,
já está fazendo o levantamento dos estragos. Ela tem responsabilidade pela obra
por um período de cinco anos, previsto em contrato. Assunção, questionada pelo
vereadores quem pagará os consertos, deixou claro que a empresa, se comprovar
as falhas de execução, deve arcar com isso, mas também que o fator chuva pode
justificar a queda de murada do canal.
Com todas as críticas feitas à
obra do canal, diz que se ele não existisse o bairro do Morro teria sofrido
muito mais que não chuva de 2009, isso por que o referido canal serve para
escoar as águas daquela área da cidade, uma das mais afetadas em grandes
chuvas.
Assunção falou da obstrução em
alguns setores do percurso do canal do frango, que precisa de 22 metros de cada
lado e que numa situação como a de terça, quando se precisa de espaço para as
águas que transbordam, como prevê projeto desse tipo. Enfatizou que há
residências erguidas em áreas de preservação permanente, ou seja, ocupando
espaço onde as águas pedem passagem. “Há meses que tentamos a desocupação
dessas áreas que pertencem à natureza, para que não tenhamos problemas de invasão
de águas nas residências. Hoje estou angustiada porque quero liberar essas áreas
invadidas, inclusive a defesa civil está lá para relocar as famílias”. A briga
corre na Justiça, já que os moradores não querem sair.
Marcos Eugênio
Fotos:Higo de Figueiredo
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