“Ó vós todos, que passais pelo o caminho, olhai e julgai se existe
dor igual à dor que me atormenta” (lam. 1,12.)
Por que o
nosso querido e amado Nordeste, que está sendo esmagado, devastado
impiedosamente pela fúria da seca, não é socorrido pelos os estados de outras
regiões deste país?
O que está
havendo, que até agora não houve uma campanha de solidariedade às vítimas da
seca?
Onde está o
espírito cristão de solidariedade, de partilha e compaixão do povo brasileiro?
Onde estão
as ONGs, as igrejas, os grupos de direitos humanos e tantas outras
instituições, que não se pronunciam, não se mobilizam visando socorrer as
vítimas do flagelo da seca?
Diante dessa
tragédia humanitária e ecológica, por que tanto silêncio, omissão,
insensibilidade humano-cristã, por parte da sociedade brasileira?
E no seu grito pungente de dor, desespero, os nordestinos interrogam:
Por que a
fome, a sede, as dores, os tormentos, o desespero e a morte que reinam nesta
região, não comovem o Brasil e o mundo?
Será que a
seca, que devasta e mata, não é tão cruel quanto às guerras no Oriente
Médio, o atentado às torres gêmeas do World Trade Center, e o furacão
Sandy, nos Estados Unidos?
Será que a
seca no Nordeste, que devasta e mata, não merece a atenção do Brasil e do
mundo, tanto quanto as eleições presidenciais nos Estados Unidos?
Será que a
seca, que devasta e mata, não merece a devida atenção tanto quanto à crise
econômica europeia, as reuniões opulentas e luxuosas do G8, e a Copa do Mundo
2014?
Será que a
seca, que devasta e mata, não merece a devida atenção tanto quanto o julgamento
do mensalão e de outros atos ilícitos de repercussão nacional?
Será
que a seca, que devasta e mata, não merece a devida atenção tanto quanto as
eleições para Deputados, Senadores e Presidente, no nosso Brasil?
Diante dessa
tragédia humanitária e ecológica, por que tanto silêncio, omissão,
insensibilidade humano-cristã, por parte da sociedade brasileira?
Será preciso
muitas pessoas morrerem de fome e sede para haver comoção nacional e,
assim, acontecer o socorro? Não será tarde demais?
Esperamos
que o sino das igrejas não chegue a tocar sinal fúnebre, como a dizer: lá vai
indo mais uma vítima da seca feroz.
O Nordeste
não vive sem o Brasil, e o Brasil não vive sem o Nordeste. Somos todos irmãos,
na alegria e na dor, habitando a mesma casa, sob a égide de Deus de Pai.
Brasileiros
e brasileiras, socorramos o Nordeste!
Pedra
Branca, 26 de novembro de 2012.
Padre Djacy
Brasileiro, nas quebradas do sertão paraibano.
E-mail: padredjacy@hotmail.com
Twitter:
@padredjacy
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