“Estarrecido”, assim se declarou o senador Cássio Cunha Lima
(PSDB-PB) após ver extensa matéria veiculada no Jornal Nacional sobre as
obras da transposição de águas do Rio São Francisco e que a ministra do
Planejamento tentou explicar a inoperância do Governo Federal sugerindo
simplesmente que “aquele pessoal tem fé”, se referindo aos milhões de
nordestinos do semiárido atingidos pela estiagem.
A obra, que está com grande parte paralisada tinha previsão de
estar concluída neste ano, conforme promessas eleitoreiras, mas apenas
43% foram executados e teve o seu custo inicial passando de R$ 4,5
bilhões e agora já está com previsão de R$ 8,2 bilhões. A matéria
alertou ainda para parte das obras que foram concluídas, mas que já
precisam de reparos como placas de concretos sendo refeitas além de
centenas de quilômetros de terra que foram escavados, mas que não
receberam o concreto, causando gastos adicionais.
O Tribunal de Contas da União já apontou diversas irregularidades
nas obras cujo problema de gestão é inclusive reconhecido pelo
Ministério da Integração. Para o senador, o Governo Federal precisa
urgentemente solucionar essa grave crise e não esperar apenas pela fé do
povo nordestino. Noutra oportunidade o senador criticou a postura da
ministra do Planejamento que declarou que a situação da atual seca não
era tão grave porque sequer estavam ocorrendo saques cidades.
Cássio lembrou que em 2010, por ocasião das eleições, milhões de
pessoas confiaram na promessa de que esta obra estaria pronta em 2012 e o
que poderia ser tolerado como um pequeno atraso, normal em obras de
engenharia de grande porte está se transformado num grande pesadelo para
as pessoas que sonham com o acesso à água, pois sequer a metade da obra
foi construída, com os custos quase dobrados e ainda muito do que foi
feito precisará ser reparado.
O senador reforça que independente de agenda eleitoral, a população
atingida pela maior estiagem dos últimos 40 anos na região quer,
urgentemente, que transposição seja concluída e forneça água para mais
de 12 milhões de pessoas que vivem no semiárido nordestino.
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