Dentro de uma nova linha de atuação, de reestruturação de serviços, a Agevisa – Agência Estadual de Vigilância Sanitária reuniu cerca de 60 farmacêuticos da rede pública e privada na 6ª Gerência Regional de Saúde nesta quarta (5) para discutir o setor regular de medicamentos, que faz parte de um dos muitos temas, dentre eles alimentos, serviços de saúde, inseridos num ciclo de capacitações que a instituição está levando a toda Paraíba.
A regulação de medicamentos é algo que precisa de respostas para o clamor da população, que precisa de segurança, medicamentos bem manipulados e fiscalizados pela Agevisa. Num segundo momento serão convidados para a capacitação os donos de farmácias de Patos e região. O encontro, segundo Jailson Vilberto de Sousa, diretor técnico de medicamentos, alimentos, produtos e toxicologia da Agevisa-PB, é para dizer ao técnico (farmacêutico) como deve proceder, suas obrigações no local de trabalho (farmácia), bem como para o empresário, o dono de farmácia, de suas responsabilidades, inclusive trabalhistas.
“Exercendo sua profissão obedecendo-se os procedimentos previstos, dentro de sua rotina, o profissional terá economia de trabalho, de tempo, vai minimizar os riscos para a população. Ele tem que ter em mente que a farmácia não é um comércio comum. É um posto de saúde avançado. A Vigilância Sanitária está nessa linha de promoção e proteção à saúde”, enfatizou Jailson.
A assistência farmacêutica é hoje o principal problema detectado pela Agevisa nas farmácias da Paraíba, ou seja, a ausência do farmacêutico na farmácia prestando orientação adequada à população. Outros problemas citados pelo diretor da Agevisa têm sido na relação de trabalho do proprietário com o farmacêutico; muitas falhas na compra de medicamentos, sem registro; a venda irregular de fitoterápicos e, outro ponto, abordado no evento desta quarta tem a ver com o manual de boas práticas o registro de medicamentos controlados e a destinação final dos resíduos da farmácia, dentre outros.
Esses problemas foram levantados pela Agevisa e agora começam a ser trabalhados através da educação continuada. Para Jailson a punição simplesmente não resolve o problema, por isso todos estão sendo convidados para conhecer melhor suas responsabilidades, saber o que deve ou não fazer no exercício.
A “empurroterapia”, assim chamada a prática dos balconistas de indicar medicamentos, sem qualquer conhecimento técnico, aos consumidores, podendo ocasionar riscos à sua saúde destes, o que torna ainda mais importante a presença do farmacêutico. “Nem o farmacêutico pode prescrever medicamentos, quanto mais balconistas. Quem deve fazer essa prescrição é o médico”, disse Jailson.
O Brasil é o segundo país em que ocorre maior prática de automedicação, perdendo somente para os Estados Unidos. Devido ao aumento da automedicação, a fiscalização é falha, houve ao longo dos anos uma abertura exacerbada de farmácias, muitas delas sendo tratadas meramente como simples comércios, segundo o técnico da Agevisa.
A Organização Mundial de Saúde recomenda uma farmácia para 3 a 5 mil pessoas. “Por existirem tantas farmácias, intensa concorrência, muitas delas são muito frágeis economicamente e como consequência deixam de contratar o profissional farmacêutico. Mas também temos uma falha de profissionais que emprestam seu nome para abertura de novas farmácias por um salário irrisório. De um lado o farmacêutico peca por não estar prestando serviço à população, por outro peca o dono do estabelecimento que não paga bom salário àquele”, explicou o diretor da Agência Estadual de Vigilância Sanitária, acrescentando que é preciso fiscalização mais rígida por parte do Conselho de Farmácia.
Marcos Eugênio
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