por Misael Nóbrega de Sousa
Ontem foi um domingo de decisões pelo Brasil... E, na velha Paraíba de guerra, uma rodada “mixuruca”, apenas para o cumprimento da tabela. Para variar, os times daqui perderam outra vez no campeonato.
O esporte caiu diante dos reservas do Botafogo, na capital e o Nacional se despediu, melancolicamente, com uma derrota para o Treze, em Patos.
Um fato que não acontecia há anos: o Esporte terminou na frente do Nacional. Porém, ambos abraçados na condição de coadjuvantes... Num pífio sexto e sétimos lugares, respectivamente.
Outro dia, ouvi alguém dizer que a cidade de Patos não comporta dois clubes de futebol e que uma boa idéia era a fusão dos dois emblemas. Criar o Espinharas futebol clube, por exemplo.
Fico pensando cá com os meus botões... Será que essa seria a solução para a falta de investimentos dos clubes, cujo planejamento, depende de uma “merreca” do gol de placa? A garantia de mais torcedores no estádio, e conseqüentemente de grandes bilheterias, já que muitos preferem os jogos da televisão? A conquista de títulos... - Visto que não dá pra se formar uma base, pois o elenco é desmanchado a cada término de campeonato e não há estrutura para o ano todo?
Para ser campeão, é preciso ter muita coisa bem ajustada. Além do mais, a cidade tem que gostar de futebol; os comerciantes têm que entender isso como um negócio; o poder público tem que ver, no futebol, uma oportunidade de fomentar o esporte como forma de avalizar o social; dentre outras coisas.
Vejo na torcida um atributo indissociável, pelo seu caráter passional. É ela que pressiona os jogadores, que pressiona as federações, que pressiona os clubes, que pressiona os governos, que pressiona a sociedade, que pressiona, de novo, os jogadores... Enfim, impulsos que fazem a roda girar.
Agora, a força da televisão acabou aproximando todo mundo, e formando assim os torcedores de poltrona. Há flamenguistas, vascaínos, corintianos... Que, este ano, sequer foram um jogo no José Cavalcanti. Não sei é se a torcida é que faz um grande clube ou se um grande clube é que faz a torcida...
Eu sei, é que, torce-se por quem quer que seja, principalmente, no chamado país do futebol. Torce-se até por aqueles que nunca vimos pessoalmente... Torce-se tanto para o seu time de coração quanto – até mais – contra o rival. Porém, essa competitividade clubística é salutar.
E Talvez por isso, acredite que fundir Nacional e Esporte não seja de todo uma boa idéia. Cabem, ainda, mais algumas tentativas...
Jornalista
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