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terça-feira, 27 de maio de 2008

Artesãos participam de curso para quantificar o valor das peças


A Paraíba sedia o projeto piloto do
curso de precificaçãoque pode ser
implantado em todo o Brasil


Uma das grandes dificuldades que enfrentam os pequenos artesãos é quantificar o valor de suas peças. Diferente de um produto industrial, no artesanato, além dos gastos com matéria-prima e da mão-de-obra empregada, é preciso agregar valor levando em conta os aspectos artísticos e únicos de cada obra. Aliando uma visão de mercado com a especificidade do trabalho artesanal, está sendo realizado na Paraíba um curso voltado para a precificação das peças confeccionadas.
“Trata-se de um projeto piloto que devemos implantar em todo o Brasil. A Paraíba foi escolhida para sediar esse processo de formação por termos uma boa diversidade de artesanato no Estado, com grupos coesos e bem articulados”, ressalta a consultora do Sebrae Nacional, Maria Ângela. O curso está sendo realizado em João Pessoa, no Centro de Educação Empreendedora do Sebrae, no Bairro dos Estados, até essa sexta-feira, 30, e conta com a participação de 22 artesãos representando mais de dez municípios da Paraíba, a exemplo de Cajazeiras, Ingá, Riachão de Bacamarte, Araruna e Boqueirão.
Valor simbólico das peças
De acordo com Maria Ângela, a idéia surgiu no intuito de aproximar conceitos de economia e movimentação financeira do trabalho desenvolvido pelos artesãos, independente de sua formação escolar. “Estamos tendo a preocupação de realizar o curso através de uma linguagem de fácil acesso, mas que cumpra a função de aprofundar e esclarecer questões importantes sobre a precificação de qualquer produto”, afirma.
Além de tratar de planilha de custos e dos gastos indiretos e de comercialização, os artesãos também vão discutir o valor simbólico e cultural de suas peças. O administrador e ministrante do curso Carlos Veríssimo, comenta que essas questões serão levadas em conta para definir o preço final de cada trabalho. Junto com Maria Ângela, ele desenvolveu o programa didático que está sendo experimentado e avaliado durante a realização dessa turma pioneira.
Experiências
“O grande objetivo é fazermos do artesão um verdadeiro negociante, sabendo se impor e lidar de forma hábil com as finanças de seu empreendimento. Na formatação do curso, percebemos que ainda é muito incipiente os estudos brasileiros voltados para o setor financeiro do trabalho artesanal, sendo que praticamente não tivemos onde nos basear”, ressalta. A dinâmica do curso pretende incorporar a necessidade prática dos participantes, propondo exercícios e discutindo exemplos dos artesãos locais durante os cinco dias de encontro.
Já no primeiro dia, a bordadeira de Catolé do Rocha Maria das Graças, acredita que os conceitos aprendidos podem trazer reflexos positivos para a sua produção. Trabalhando num processo familiar e vendendo peças para lojas de municípios vizinhos e para João Pessoa, a artesã comenta que atualmente o seu preço é uma média dos gastos que teve na confecção e mais uma pequena porcentagem que será o seu lucro final.
“Apenas hoje observei os custos indiretos que tenho durante o trabalho. Acho que planejar melhor no papel todas as etapas da confecção e colocar um preço pensando no aumento da produção pode ser um caminho pro negócio evoluir”, acredita.

Sebrae Paraíba
foto:garimpandopalavras

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