
"Em uma democracia não cabe às oposições, como ao povo em
geral, senão aceitar o resultado das urnas. Mas nem por isso devemos
calar sobre o como se conseguiu vencer, nem sobre o porquê se perdeu." Foram
com essas palavras que Fernando Henrique abriu seu artigo. Para o
presidente, o "lulopetismo" transformou Marina Silva em "porta-bandeira
do capital financeiro” e Aécio em "playboy".
O tucano também mostrou-se indignado por ter sido tratado na campanha como o responsável
pela quebra do Brasil e dos bancos estatais Caixa Econômica Federal e
Banco do Brasil, em "um rosário de mentiras e distorções".
Em razão da suposta postura do PT, ele pediu desconfiança em
relação ao discurso da presidente reeleita, que conclamou diálogo com a
oposição para "unir o Brasil".
"Diante do apelo ao diálogo da candidata eleita devemos responder com
desconfiança: primeiro mostre que não será leniente com a corrupção.
Deixe que os mais poderosos e próximos (ministros, aliados ou grandes
líderes) respondam pelas acusações."
Mas suas principais críticas foram dirigidas a Lula que, de "língua
solta, diz o que quer quando lhe convém". O tucano responsabiliza o
petista pela invenção de uma "batalha dos pobres contra os ricos”. “Eu
não sabia que metade do eleitorado brasileiro, que votou em Aécio, é
composta por ricos..."
Fernando Henrique também reservou um pequeno parágrafo para
autocrítica. Ele disse que a oposição também errou, especialmente por
seu desenraizamento dos movimentos
sociais. "Quem está na oposição precisa bradar suas razões e persistir
na convicção, apontar os defeitos do adversário até que o eleitorado
aceite sua visão. Para isso precisa organizar-se melhor e enraizar-se
nos movimentos da sociedade."
IG
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