A Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com os municípios, inicia nesta segunda-feira (10) a campanha de vacinação contra o vírus papilomavírus humano (HPV), principal causador do câncer do colo de útero, em adolescentes de 11 a 13 anos. “Esta vacina já existia na rede privada, mas o valor é muito alto. Agora está sendo disponibilizada pelo SUS conjuntamente com outras ações para o rastreamento do câncer do colo de útero, o que possibilitará, nas próximas décadas, prevenir essa doença, que representa hoje a segunda principal causa de morte por câncer entre mulheres no Brasil”, disse Isiane Queiroga, chefe de Imunização da SES.
A vacinação ocorrerá em três doses: a primeira a partir do dia 10; a segunda seis meses depois e a terceira cinco anos após a primeira dose. “Neste primeiro momento, será oferecida nas Unidades de Saúde da Família e também nas escolas, já que temos que envolver toda a comunidade nesta luta”, observou Isiane.
A meta do Ministério da Saúde é vacinar 80% da população entre 11 e 13 anos. Na Paraíba, são 104 mil e 710 adolescentes nesta faixa etária. Para isso, estão sendo feitas articulações nos municípios com os profissionais de saúde, de educação e pais. De acordo com a gerente da 2ª Região de Saúde, com sede em Guarabira, Harlane Herculano Marinho, foram mobilizadas mais de 1.200 pessoas para a campanha.
Cada município apresenta uma forma de chamar a atenção para o assunto. Na cidade de Alagoinha, a abertura será a partir das 7h30, na Escola Municipal Carlos Martins Beltrão. “Neste município, a campanha de implantação da vacina contra o HPV vai acontecer junto com a II Semana Municipal da Mulher Alagoiense, o que será um atrativo a mais para estas jovens que devem tomar a vacina”, disse Harlane.
Quanto às adolescentes que vivem fora da sala de aula, em situação de risco, nas comunidades carentes e até mesmo nas ruas, Harlane explicou que os municípios estão entrando em contato com os serviços de assistência social para pensar numa forma de incluí-las na campanha. Para que não haja interrupção das três doses, ela esclareceu que, no momento da primeira dose, será feito um cadastro com todos os dados pessoais das adolescentes.
“Acredito que a meta do Ministério da Saúde será cumprida, uma vez que estamos tendo retorno de todas as gerências de saúde informando que a aceitação das escolas e dos pais vem sendo muito boa”, falou a chefe de Imunização, Isiane Queiroga.
Em 2015, a vacina será oferecida para meninas com idade entre nove e 11 anos, e em 2016, a partir dos nove anos.
Câncer do colo de útero – Devido à sua alta incidência e mortalidade, o câncer do colo do útero é um importante problema de saúde pública, especialmente nos países em desenvolvimento. Embora tenha alta incidência, este câncer apresenta forte potencial de prevenção e cura, quando diagnosticado precocemente, seja por meio de consultas regulares ao ginecologista, seja pela realização regular dos exames recomendados, a partir dos 25 anos de idade. Entre as estratégias de prevenção mais utilizadas, além da detecção precoce, estão a vacinação, o uso de preservativos e ações educativas.
O câncer do colo de útero manifesta-se na faixa etária de 25 a 29 anos, aumentando seu risco até atingir o pico na idade entre 50 e 60 anos
No Brasil, é o segundo tipo de câncer mais frequente entre mulheres, após o de mama, com alta mortalidade, e faz, por ano, 4.800 vítimas fatais. Na região Centro-Oeste, a incidência média é de 28 para cada 100 mil mulheres; no Norte é de 24/100 mil; na região Nordeste é de 18/100 mil; na região Sudeste é de 15/100 mil e na região Sul é de 14/100 mil.
Formas de transmissão do HPV – A principal forma de transmissão do HPV é por via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Embora tenha baixa frequência, pode ocorrer a infecção por sexo oral. Estima-se que entre 25% e 50% da população feminina e 50% da população masculina mundial esteja infectada pelo HPV.
Segundo dados do Ministério da Saúde, essa vacina previne infecções pelos tipos virais e, consequentemente, o câncer do colo de útero, reduzindo a carga da doença. Tem maior evidência de proteção e indicação para pessoas que nunca tiveram contato com o vírus. É destinada exclusivamente à utilização preventiva e não tem efeito demonstrado ainda nas infeções pré-existentes ou na doença clínica estabelecida. Portanto, a vacina não tem uso terapêutico no tratamento do câncer do colo do útero e sim, exclusivamente, preventivo.
Secom-PB
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