Cerca de 60 homens se inscreveram para o exame de toque retal nesta segunda-feira em Quixaba-PB, dentro da 2ª Semana Estadual de Prevenção ao Câncer de Próstata, numa realização da Assembléia Legislativa, Sociedade Brasileira de Urologia e Prefeitura Municipal. O programa oferece 32 consultas em cada localidade, mas em Quixaba todos os inscritos foram atendidos, com a Prefeitura pagando os serviços excedentes do médico.
O que
mais motivou a procura pelo exame de próstata foi a palestra ocorrida na última
sexta-feira com o médico Miguel Arcanjo, que explanou sobre a importância do
homem dos 40 anos acima fazer o exame de próstata, cujas estatísticas apontam
que surgiram ano passado cerca de 60 mil novos casos no Brasil. Ele falou dos
sintomas da doença, dos cuidados que cada um deve ter para ter pra preveni-la.
Os exames
aconteceram em Quixaba na tarde desta segunda-feira 22 pelo médico urologista
José Eliseu de Melo, que antes de atender a clientela, proferiu também uma
palestra de mais de meia hora, usando uma linguagem popular, o que agradou a
todos, especialmente àqueles que passaram pela primeira vez por este
procedimento clínico e sentiram-se mais tranquilos da forma com as informações
a eles chegaram.
Além dos
exames de próstata (toque e PSA), os homens de Quixaba fizeram teste de
glicemia e aferição de pressão arterial. José Antônio dos Santos, 68 anos,
residente na comunidade rural Serra Preta, fez o exame de próstata pela
primeira vez. “Vim à palestra e percebi o quanto é importante a prevenção do
câncer de próstata”. Outro que estava feliz de poder usufruir desse serviço foi
Cosme Soares Guedes, 51 anos, do Sítio Aroeiras. Elogiou a iniciativa desse
trabalho preventivo e disse que sempre foi acomodado, mas que depois da
palestra sua mente abriu para a necessidade dele se cuidar, e não poderia perder
a oportunidade.
Na
Paraíba há apenas 40 urologistas, segundo o a Sociedade Brasileira de
Urologista, secção Paraíba, grande parte distribuída nos grandes centros como
Campina e João Pessoa, o que compromete o acesso das pessoas residentes em
pequenos municípios a esses serviços. Há poucas ações que levem informação para
a população dos pequenos lugarejos, especialmente para quem reside no campo.
“A
palestra sobre próstata teve grande impacto para essas pessoas humildes. As
barreiras do tabu, do preconceito estão sendo quebradas. Uma prova foi esse elevado
número de homens, com idades variando de 40 a 70 anos, que atenderam nosso
chamado. A primeira inscrição foi do senhor Antônio Preto, que completou 100
anos no último dia 19, sendo inclusive homenageado durante a palestra sobre
próstata”, disse o secretário de saúde de Quixaba.
Prevenção
Já está comprovado
que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e
com menos gordura, principalmente as de origem animal, ajuda a diminuir o risco
de câncer, como também de outras doenças crônicas não-transmissíveis. Nesse
sentido, outros hábitos saudáveis também são recomendados, como fazer, no
mínimo, 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à
altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar.
A idade é um fator de risco importante para o câncer de próstata, uma vez que tanto a incidência como a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos.
Pai ou irmão com
câncer de próstata antes dos 60 anos pode aumentar o risco de se ter a doença
de 3 a 10 vezes comparado à população em geral, podendo refletir tanto fatores
genéticos (hereditários) quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de risco
de algumas famílias.
Sintomas
Em sua fase inicial, o câncer da
próstata tem evolução silenciosa. Muitos pacientes não apresentam nenhum
sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da
próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia
ou a noite). Na fase avançada, pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, quando
mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.
Tratamento
Para doença
localizada, cirurgia, radioterapia e até mesmo observação vigilante (em algumas
situações especiais) podem ser oferecidos. Para doença localmente avançada,
radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal têm sido
utilizados. Para doença metastática (quando o tumor original já se espalhou
para outras partes do corpo), o tratamento de eleição é a terapia hormonal.
A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após discutir os riscos e benefícios do tratamento com o seu médico.
Fonte:Inca
Marcos Eugênio
Nenhum comentário:
Postar um comentário