Marcos
Eugênio
Com a
explosão do consumo de drogas, cuja idade dos usuários se apresenta cada vez
mais baixa, sendo comum encontrar crianças no consumo de entorpecentes, vem
gerando aumento da violência, especialmente em assaltos, roubos praticados por
esses menores.
Celulares,
câmeras fotográficas despertaram atenção dos delinquentes infanto-juvenis que
subtraem esses equipamentos de suas vítimas para usá-los como produto de troca
por drogas. Ontem mais um caso revoltou moradores do Bairro Novo Horizonte, que
reclamam da falta de segurança e pedem mais ação preventiva pela Polícia.
Três
alunos do Colégio GEO, com idade de aproximadamente 15 anos, foram as novas
vítimas. Quando saiam do GEO por volta das 20h foram surpreendidos por três
menores que os obrigaram a entregar seus celulares. Um dos alunos foi agredido
e teve que receber primeiros socorros no Hospital Regional e depois fazer exame
de corpo de delito para ser anexado ao BO aberto na Delegacia Regional.
Após
denúncia a PM conseguiu localizar um dos assaltantes, um menor da Rua do Meio.
Outros dois até às 23h de ontem não haviam sido detidos. Enquanto nossa
reportagem estava na Delegacia foi informada que novos roubos haviam sido
praticados por outros jovens, os quais haviam sido detidos.
Um pai de
um dos alunos do GEO, triste com a situação vivenciada por seu filho, algo que
abala toda a família, pedia mais segurança. Disse que está difícil das pessoas até
mesmo conversarem em suas calçadas pelo risco que vem correndo. Diz que os
casos se multiplicam de violência no Novo Horizonte e são obrigados a viver
trancafiados em suas casas enquanto os criminosos dominam as ruas.
Num
momento em que as discussões em torno da redução da maioridade invadem o país,
uma questão bastante polêmica, que pedem que jovens de 16 anos, que já têm
direito de votar, também possam pagar por seus erros. A cidade de Patos não
possui qualquer infraestrutura para trabalhar com jovens delinquentes no âmbito
judicial. Qual a política existente consegue recuperar um infrator? Ao ser
detido o menor passa apenas horas na Delegacia e acaba sendo liberado, com aquela
velha praxe da assinatura do termo de responsabilidade dos pais. Esse é apenas
um minúsculo exemplo do que ocorre em decorrência do mundo cercado pelas
drogas.
Um
exemplo de descaso para o problema foi presenciado por muitos que compareceram
à festa do último final de semana no Patos Tênis Clube. Várias crianças
circulando pela festa e consumindo o famoso loló, uma das drogas que despertam
interesse por outras mais potentes, a exemplo do crack. A entrada de menores
desacompanhados, ausência do Conselho Tutelar naquele momento demonstrou que o
problema está sendo empurrado para debaixo do tapete.
A
corrupção de funcionários públicos, levando não apenas celulares, mas drogas para
os presídios é algo real, não apenas em Patos, mas em toda a América do Sul,
como está explicito em documento da Comissão Latino-Americana sobre Drogas e
Democracia, que diz que o modelo empregado pelas instituições não consegue
vencer a guerra contra o crime organizado e o tráfico de drogas.
Não
existe um olhar especial para esse público, amplamente amparado pelo ECA –
Estatuto da Criança e do Adolescente, apenas no papel. As políticas e programas
sociais são insuficientes e ineficazes. São inúmeros fatores que precisam ser
muito bem trabalhados pelo governo e sociedade, como educação, saúde,
infraestrutura, qualificação profissional, esportes, um cuidar especial da
família, coisas essenciais para que haja avanços na redução da criminalidade.
Drogas
Para
manter o consumo muitos adolescentes passam a praticar delitos, dentre eles roubo
de celulares, que na maioria das vezes são trocados por drogas diretamente na
boca de fumo, aparelhos que vão servir aos traficantes que passam uma temporada
nos presídios, e de lá comandam as ações de seus grupos criminosos, seja
gerenciando o tráfico, eliminando pessoas indesejadas para seu comércio, a
exemplo daqueles que não pagam suas dívidas.
O Programa Educacional de
Resistências às Drogas e à Violência levado pela PM aos alunos de 5ª à 7ª série
das instituições de ensino públicas e privadas não é suficiente. É preciso
ampliar o debate e criar mecanismos que fortaleçam essa resistência para que
possamos reduzir as estatísticas de violência que envolvem o mundo
infanto-juvenil quando associado às drogas.
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