Calamidade na Saúde
PAULO COSME
O prefeito do Município
de Manaíra, distante 480 quilômetros, José Simão de Sousa tomou a sua primeira medida
antidemocrática após assumir mais uma vez os destinos do município. Alegando
problemas de ordem administrativa, ele determinou o fechamento do Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência, o Samu. De acordo as pessoas que trabalham no
serviço o secretário de saúde, alegou que a Prefeitura não tinha como fazer uma
nova licitação e nem assinar contrato.
Com essa medida, o
prefeito deixou dez pessoas, que são pais e mães de famílias, sem salário. Com
o fechamento do Samu, a população ficou sem atendimento médico de urgência,
deixando mais precária ainda o setor de saúde do município que já sofre com a
falta de serviços de média complexidade, já que único hospital da cidade realiza
apenas atendimento ambulatorial.
Em Manaíra, a população
padece com a falta de assistência, não só na área de saúde, mas também em
outros setores. As pessoas que necessitam de atendimento médico em áreas
especializadas têm que esperar mais de um mês para que a Prefeitura marque a
consulta para João Pessoa e se o paciente for adversário político a situação é
ainda pior.
O outro problema crucial
é que os pacientes, quando precisam se deslocar para João Pessoa, só o têm o domingo que é único dia em que o
prefeito Zé Simão coloca um carro para transportá-los. Essas pessoas, quando
chegam à Capital, são abandonadas nos hospitais e clínicas e ficam sem saber o
que fazer, já que não conhecem nada na cidade.
Como solução, elas
procuram a casa de parentes e conterrâneos que dão apoio, alimento e estadia,
já que a Prefeitura não dispõe de uma casa de apoio para abrigar esses
pacientes.
Ainda com relação à
saúde, outros pacientes, que são considerados adversários do prefeito, sofrem
mais ainda. Quando eles precisam de uma passagem para João Pessoa, não são atendidos
pela Prefeitura e com isso são obrigados a recorrer ao Ministério Público da
cidade de Princesa Isabel para garantirem os seus direitos.
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