Na Paraíba estima-se 8,8 mil novos casos em 2012
O mês de outubro representa, anualmente, o tempo de esclarecimento preventivo a esta patologia, com a campanha “outubro rosa”, que surgiu nos Estados Unidos da América na década de 90, tendo se difundido por todo o mundo, fazendo com que o laço cor de rosa e a iluminação rosa se tornassem uma leitura visual compreendida em qualquer lugar do mundo. “A Unimed Patos abraça esta causa, estimulando medidas esclarecedoras e preventivas desta doença a todas as mulheres”, explica o presidente da Unimed Patos, Dr José Vanderlite Alves.
O câncer de mama tem crescimento local, aparecendo como um pequeno nódulo, podendo invadir a pele, o complexo aréolo-mamilar, linfonodos regionais e enviar metástases à distância. “No ano de 2010, no Brasil, o câncer de mama foi superado apenas pelo câncer de pele. Há alguns anos ultrapassou os casos de câncer de colo uterino que foi por muito tempo o que mais incidia nas mulheres” comentou o presidente.
Embora possa surgir a partir dos 20 anos, antes dos 35 é muito raro, com maior número de casos a partir dos 40 anos, aumentando na pós-menopausa.
Segundo o ginecologista Josias Álvares Nóbrega Neto, médico da Unimed Patos, o diagnóstico é feito com o autoexame (feito pela própria paciente). “Embora alguns trabalhos questionem a sua eficácia, pelo exame clínico realizado pelo médico especialista (ginecologista – mastologista), pela mamografia (exame complementar básico)”, disse.
Josias Neto, falou ainda que há outros exames que auxiliam no diagnóstico como: ultrassonografia mamária (em mulheres com menos de 40 anos), mamocintilografia, ressonância magnética e a biópsia (para diagnóstico preciso através do estudo histopatológico). “A recomendação atual é de que se realize mamografia de rastreamento a cada 01 ou 02 anos, dos 40 anos aos 69 anos”, alertou.
Nos últimos anos vêm sendo realizado uma tentativa preventiva mais agressiva, com o uso de meios diagnósticos subsidiários: mamografia e ultrassonografia em mulheres assintomáticas a partir dos 40 anos, visando identificar lesões pré-clínicas e pré-invasoras ligadas a um plano para reduzir a incidência do câncer, sua mortalidade e a mutilação decorrente do tratamento.
“Os fatores ambientais como obesidade, sedentarismo, dieta por altos percentuais de gorduras, consumo excessivo de álcool, tabagismo, exposição a radiações, assim como características fisiológicas como a nuliparidade (mulher que não procriou), ou primeira gestação tardia, menarca (primeira menstruação) precoce, menopausa (última menstruação) tardia, são situações que implicam em risco relativo aumentado entre 1.5 e 4” alertou o médico ginecologista Josias Neto.
Apesar da elevada incidência da doença, os recursos destinados para os exames de mamografia são reduzidos. Na Paraíba, estima-se que no ano de 2012 surjam 8,8 mil novos casos de câncer de mama. Das 512.434 mulheres que precisam ser rastreadas, foi disponibilizada verba para financiar apenas 26.612 mamografias (dados que refletem a realidade até do ano passado).
“As chances de cura estão diretamente relacionadas ao tamanho do tumor (menor que 1 cm), o tipo histológico, a forma de tratamento e quanto mais cedo este se inicia. O objetivo é encontrá-lo cedo e o exame que fornece melhor resposta é a mamografia. Dados estatísticos revelam que 70% das portadoras quando percebem que estão com a doença, esta já se encontra em estado grave”, contou o médico.
O câncer de mama pode incidir também no homem, embora seja raro, representando menos de 1% dos casos. Pode acometer também mulheres grávidas, sendo o tumor maligno mais freqüente na gestação e no puerpério.
Misael Nóbrega
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