Marcos Eugênio
Na cidade são poucos que conhecem a fundo a dramática
realidade do homem do campo no tocante à seca. Ciclicamente o semi-árido nordestino
é pego pela forte estiagem, cujas políticas de sobrevivência a ela ainda são
bastante tímidas, demoradas, o que aumenta o desespero da população agrária e o
êxodo rural ainda é uma prática comum.
São muitas consequências decorrentes da seca, sejam na
economia, na educação, saúde, enfim o cotidiano das famílias muda
completamente. Um exemplo claro desses efeitos é o vivido pela família do
senhor Renê Cavalcante. São problemas que se agravam a cada dia por falta políticas
públicas eficazes de enfrentamento à seca.
Nos últimos dias o senhor Renê, que reside na zona
rural de Patos, perdeu cerca de 20 animais, que sucumbiram pela fome e sede que
assola os Sertões. Ver seu rebanho, fonte geradora de renda, ser dizimado pela
estiagem, traz enorme desalento. A morte sempre causa impacto e da forma como
acontece no campo, sem que haja alternativas eficazes para evitá-la causa dor
mais acentuada aos criadores.
“É difícil a gente ver isso acontecer e não conseguir
evitar a morte dos animais. Sem alimento suficiente as vacas ficam muito fracas
e não resistem”, lamenta o criador, que cansou de esperar ajuda dos governos.
Como ele são muitos que enfrentam essa mesma realidade.
Para não perder completamente seus rebanhos os
agropecuaristas tentam vendê-los nas feiras de gado. A falta de ração animal deixa
os pequenos criadores numa situação idêntica e ninguém consegue desfazer desses
rebanhos. Já houve casos de criador abandonar os animais, por não conseguir
vendê-los, em currais de outros municípios, já que não havia condições de
mantê-los.
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