Causa-nos preocupação o anúncio do rompimento da parceria do MDS com a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA). Quantos benefícios não podem ser visibilizados, não somente pelo beneficiamento direto de mais de dois milhões de pessoas, através dos Programas P1MC e P1+2, em 1.076 municípios, a partir da construção de quase 372 mil cisternas de placas, além de contribuir com processos de geração de trabalho e renda para a região, proporcionando crescimento no comércio local e envolvimento de educadores e educadoras, pedreiros e pedreiras. Na execução de tais programas, as tecnologias sociais vêm ajudando na criação de estratégias de convivência com o semiárido e os processos educativos complementares em criar novos olhares sobre a região, proporcionando um clima de otimismo.
Somos sabedores de que a exemplar gestão e execução de tais programas pela ASA já lhe renderam reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU), da Controladoria Geral da União e do próprio governo federal, que em 2010 entregou à Articulação do Semiárido o Prêmio Direitos Humanos, na categoria de Enfrentamento à Pobreza. Contudo, nós compreendemos que os resultados exitosos dessa parceria são medidos principalmente pela inclusão e qualidade de vida das pessoas e comunidades no Semiárido, contribuindo-lhes com reflexões sobre o desenvolvimento local.
Acreditamos que cada cisterna implantada significa uma família e uma comunidade diretamente envolvida no processo de formação, inclusão e incidência política. Por trazer reflexões sobre o desenvolvimento local, com base nas experiências e na sabedoria das pessoas, a execução dos programas pela ASA foi determinante para a autonomia dessas famílias.
Com o desejo de continuidade dos Programas esperamos a sensibilidade do Governo Federal com essa experiência que vem dando certo no semiárido favorecendo assim, a inclusão das famílias através das estratégias usadas pela ASA.
Pe. José Ronaldo Marques da Costa
Administrador Diocesano
Pascom diocesana
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