Iara da Silva Machado - Psicóloga - pbnoticias.com
“O homem bom tira o bem do bom tesouro do seu coração e o homem mau do mau tesouro tira o mau.”
Lucas, cap. VI, v. 45
No mês de dezembro de cada ano, os cristãos se voltam para uma comemoração relacionada ao “nascimento de Jesus”, o Mestre, modelo e guia espiritual, que assim dizia: Eu sou o caminho da verdade e da vida. (João, cap. XIV, v. 6).
Os ensinamentos de Jesus contidos no Novo Testamento, relatados pelos evangelistas João, Marcos, Mateus e Lucas, e repassado ao longo dos séculos, a fim de deixar sempre vivas as elucidações do Cristo para a transformação moral da humanidade, no mês de dezembro ganha uma força maior, do ponto de vista, reflexivo, ou deveria ganhar, para que nos outros onze meses do ano, a conduta cristã permeasse o cotidiano de todos e todas.
Na citação de Lucas acima, Jesus compara o coração do homem a um espaço nobre, de riquezas, onde os tesouros são acumulados e de lá retirados para aplicação no dia a dia. Naturalmente, Ele se referia aos tesouros de ordem moral, às aquisições da Alma, as virtudes ou defeitos do Espírito Imortal. Assim, o homem agrega bons e maus procedimentos pelas vivências, são as experiências do caminho, e que logo após serem vividas, são codificadas entre benéficas ou maléficas, neste momento entra em cena o livre arbítrio, ou seja, a escolha da repetição ou não daquela experiência. Todos nós somos passíveis de erros, enganos, mas a permanência neles será sempre uma escolha, porque à medida que crescemos em informação e conhecimento, as ações e atitudes passam a ter cada vez mais traços de responsabilidade pessoal pelos resultados obtidos, pelas escolhas realizadas e, sobretudo, pela repercussão dessas escolhas na nossa vida e a nossa volta.
Então, o Natal é um convite à reflexão do como estamos usando os tesouros do coração, e para tanto é preciso saber quem somos, Gizelda Carneiro Arnaud, em seu livro Verdades que Libertam diz:
“Se você, ainda, não se conhece, não adie mais, tome a decisão e procure mergulhar nas profundezas do seu mundo interior, arrancando tudo que for inútil, imprestável e só o prejudica e, assim, entrará em harmonia com Deus que aí está. Não é vergonhoso descobrirmos os próprios defeitos, vergonhoso é fingir que não os temos, ou atribuí-los aos outros.” (ARNAUD, 2004, pág.185)
A tarefa a ser executada é diária, o esforço para o domínio das más inclinações da Alma é uma crucificação cotidiana, porque o maior e talvez o único verdadeiro inimigo que temos somos nós mesmos, quando ignoramos os próprios defeitos e atribuímos às outras pessoas, a infelicidade que julgamos viver. Cada vez que assumimos a cota do bem e do mau que nos pertence na convivência familiar e social, estamos reduzindo a sombra coletiva negativa do planeta que nos acolhe, porque a verdade é curadora, como dizia o Mestre Nazareno, Conhecereis a verdade, e ela vos libertará. (João, cap. VIII, v.32).
As comemorações natalinas deveriam ser reconhecidas por nós como um convite do divino para a modificação dos maus hábitos, a manutenção das virtudes já conquistadas e a celebração da vida espiritual, que transcende a matéria, portanto, sendo eterna. Deus, o criador, instituiu a vida, pois o seu grande propósito é de que a vida transite em vários estágios, tornando-se mais intensa até triunfar da morte, definitivamente. Como nos disse, sabiamente, o apóstolo Paulo, “A morte é o último inimigo a vencer” – I Coríntios, cap. XV, v.26. Ela só tem poder sobre nós em virtude dos nossos defeitos, paixões e todas as fraquezas do corpo carnal. Só conseguiremos vencê-la, vencendo a nós mesmos, dominando a nossa animalidade. (ARNAUD, 2004, pág. 96)
Quanto mais conscientes nos tornarmos, mais nos aproximaremos da maturidade espiritual, e conseqüentemente, da paz de espírito, o maior atributo dos que amam incondicionalmente, o maior sentido do Natal com Jesus!
BONS NATAIS & BOM CAMINHO NA DIREÇÃO DO CONHECIMENTO DE SI MESMO!
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