Rio Espinharas de Patos - Foto:Marcos Eugênio |
Gil Portugal
As causas das agressões ao meio ambiente são de ordem política, cultural e econômica. A sociedade civil ainda não prioriza, como deveria, por insensibilidade, a defesa do meio ambiente. Ao contrário das sociedades indígenas, cuja cultura respeitava a natureza, o homem moderno só começou a perceber a necessidade de combater a poluição quando os efeitos dela lhes caíram sobre a cabeça . Empresários com visão de curto prazo, inescrupulosos e indiferentes aos danos ao meio ambiente, deixaram em segundo plano o controle ambiental.
Os problemas causados às populações pelas poluições do ar e da água são incontáveis. Entre eles citam-se as doenças de toda a sorte.
A capacidade empresarial produtiva e empreendedora visa, quase que exclusivamente, a otimização dos lucros com o investimento nas atividades fins de sua empresas, em detrimento quase absoluto da questão ambiental, muitas das vezes pela não priorização dos recursos para projetos visando a defesa de um meio ambiente sadio. É a privatização dos lucros contra a socialização dos prejuízos.
Outrossim, se houvesse uma observação abrangente e atenta do empresariado ao binômio custo x benefício ambiental, isso poderia levá-lo até a reservar uma fração do lucro em projetos ambientais, visando um retorno conveniente do investimento. A dificuldade aí, no geral, está na monetização dos benefícios, mormente se eles são indiretos, como sejam, o bem estar do trabalhador, os gastos com assistência médica, o absentismo inerente ao ambiente não sadio, a imagem da empresa junto à comunidade etc.
A predisposição para ações que levem o empresário a proteger o meio ambiente esbarra, também, no caso brasileiro, na carência de corpo técnico e de tecnologias, ou em não saber a quem buscar para realizá-las no seu caso específico.
As ações dos governos no que lhes competem, por outro lado, são pouco eficientes no que se referem a projetos de saneamento básico, no controle do uso do solo e em muitos outros casos, fora da área empresarial.
A defesa do meio ambiente, em nosso caso, ao contrário dos países do primeiro mundo, é ainda pouco cobrada pela população, haja vista existirem muitas outras prioridades relacionadas com o estado geral de pobreza da Nação e isso é ruim, porque a degradação ambiental é um fator altamente contribuinte para o abaixamento da qualidade de vida o que, por sua vez, implica em geração de mais pobreza.
Artigo enviado pelo leitor do Garimpando, Madiel Conserva
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