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quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Brasil tem cultura de exagero no uso de medicamentos


Ingestão indevida de remédios é a principal causa de intoxicação por agentes tóxicos no Brasil e 28,6% dos casos ocorridos com crianças são acidentais
Envenenamentos em crianças por produtos de limpeza e de higiene pessoal ou intoxicações medicamentosas em adultos são mais comuns do que se imagina. Dados do Ministério da Saúde – coletados em 2006 e compilados pelo Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), ligado à Fundação Oswaldo Cruz – mostram que, em 2006, foram registrados 107.958 casos de intoxicação humana em 30 dos 37 Centros de Informação e Assistência Toxicológica em atividade no país, com um total de 488 óbitos. Em 2005, o número de intoxicações foi de 84.456 em 28 dos 34 centros, com 456 óbitos.
Dos quase 108 mil casos registrados em 2006, os medicamentos lideraram a lista de principais agentes tóxicos que causaram intoxicações em seres humanos com 30,5% das ocorrências. Em seguida, vem a intoxicação por animais peçonhentos, sobretudo escorpiões (19,9%) e produtos sanitários de uso doméstico (11%).
Para a coordenadora do Sinitox, Rosany Bochner, uma das conclusões dessa pesquisa é que há cultura de exagero no consumo e uso de medicamentos, o que traz sérias conseqüências, como o acúmulo e o armazenamento excessivo e desnecessário de medicamentos em casa. “Acredito que todos podem fazer uma reflexão diante disso: 28,6% das intoxicações por medicamentos ocorridas com crianças são acidentais e, portanto, poderiam ser evitadas”, observa.
Os benzodiazepínicos (calmantes), antigripais, antidepressivos, antiinflamatórios são as classes de medicamentos que mais causam intoxicações. O mais alarmante é que as vítimas são, em sua maioria, crianças menores de cinco anos (24,1%), seguidas dos adultos de 20 a 29 anos (18,9%) e dos adultos entre 30 e 39 (13,6%).
O número de ingestão indevida de medicamentos e drogas de abuso por adultos deve-se, em sua maioria, às tentativas de suicídio. Do total de 23.089 casos de intoxicação atribuídos às tentativas de suicídio, 14.263 (61,8%) estão relacionados aos medicamentos, 2.642 (11,4%) aos raticidas e 2.515 aos agrotóxicos de uso agrícola (10,9%).
Em relação à letalidade, os agrotóxicos de uso agrícola (3,03%) lideram as causas de morte, seguido de raticidas (1,28%), drogas de abuso (substâncias que modificam, aumentam, inibem ou reforçam as funções do organismo - 0,95%) e produtos veterinários (0,6%).
Agência Saúde
foto:www.parceirosdorim.com

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