O Garimpando Palavras foi em busca da autora da biografia do jornalista brasileiro Caco Barcellos, Sandra Moura, que lançou recentemente a obra intitulada Caco Barcellos: o repórter e o método, uma obra que pesquisa a fundo a trajetória deste profissional da comunicação, vencedor de diversos prêmios como de Jornalismo de 1990, pela Fenaj – Federação nacional do Jornalistas pelas reportagens “Seqüestros de Brasileiros na Colômbia” e “Crime Organizado”; Prêmio Vladimir Herzog de 1998 pela reportagem “Riocentro 15 anos depois”, dentre tantos outros. Nesta entrevista Sandra Moura traduz o que foi essa pesquisa, sua relação com Caco Barcellos e o que a levou a essa proposta de elaborar a biografia do autor de Rota 66: a história da polícia que mata.
Sobre Sandra Moura: Professora do Departamento de Comunicação e Turismo da Universidade Federal da Paraíba. Jornalista formada pela UFPB. Atuou como repórter dos jornais O Norte e O Combate. Trabalhou em assessoria de imprensa. Mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Exerceu a Chefia de Departamento de Comunicação por duas vezes e, atualmente, é vice-diretora do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da UFPB.
GP – Quando nasceu e em que circunstâncias o desejo de escrever a biografia de Caco Barcellos?
O interesse surgiu em 1998 quando li o livro Rota 66: a história da polícia que mata, que se tornou objeto de estudo do meu Doutorado na PUC-SP. Depois do Doutorado resolvi escrever uma reportagem enfatizando a trajetória do jornalista. Daí surgiu a idéia de publicar o livro Caco Barcellos: o repórter e o método. A obra é dividida em duas partes. A primeira traz uma reportagem sobre a história de vida dele. A segunda trata do seu método de investigação em Rota 66.
GP – Houve dificuldades de levar a frente a idéia, tendo em vista o personagem-tema tratar-se de um dos grandes ícones do jornalismo brasileiro?
Recebi muita atenção dele no momento inicial da tese. Depois ele foi trabalhar como correspondente em Londres e, em seguida, Paris. Aí o nosso contato era via e-mail. Além do trabalho na TV Globo, ele recebe sempre muitos convites para palestras e entrevistas, e, por conta dos seus afazeres, nem sempre podia atender às minhas solicitações no momento em que eu desejava. Mas quando atendia era sempre com muita gentileza e generosidade.
GP – O que representou o Rota 66 dentro de sua proposta de Doutorado e qual a durabilidade da pesquisa?
O livro Rota 66 tem a sua gênese, a sua origem estudada na tese em que abordei o processo de investigação do jornalista a partir dos documentos utilizados na sua apuração, tais como fichas, pautas, fotografias, caderno de anotações e rascunhos. A minha pesquisa sobre o Rota 66 durou de 1998 a 2002, ano em que defendi a tese. Já a reportagem sobre a trajetória do jornalista foi de 2003 a 2006.
GP – O trabalho jornalístico de Caco Barcellos tem sido bastante usado em trabalhos acadêmicos. O que concorre para que discentes e docentes busquem subsídios em Barcellos para suas teses?
Penso que é a seriedade do trabalho dele. Caco Barcellos é sinônimo de credibilidade. Aliado a isso a contribuição dele à defesa dos direitos humanos.
GP – Que análise a senhora faz da linguagem investigativa presente em Rota 66?
Rota 66 é o exemplo típico de como deve ser feito o bom jornalismo. O jornalismo sério, com aprofundamento e apuração rigorosa.
GP – Caco chegou a ler Caco Barcellos - o repórter e o método? Qual a reação dele?
Ainda não conversamos sobre o livro depois da sua publicação. Conversei até o momento com a mãe, dona Antoninha, e os amigos dele que entrevistei para a reportagem. Deles até o presente somente recebi elogios.
GP – Que conselhos a senhora daria aos jovens jornalistas que estão saindo da academia no tocante a sua busca pela fixação no mercado de trabalho?
O conselho é o mesmo que recebi dos meus mestres: procurar cada vez mais exercer o jornalismo com seriedade.
GP – O Garimpando Palavras tem conversado com a senhora tentando viabilizar, em parceria com a Associação de Imprensa do Sertão Paraibano, o lançamento de seu livro em Patos. Na cidade existem diversos veículos de comunicação e muitos jornalistas formados, em sua grande maioria pelas Faculdades Integradas de Patos. Esse cenário seria propício para o lançamento?
Diria que o cenário é muito propício. Patos já tem história no jornalismo paraibano, conheço grandes nomes do jornalismo na Paraíba que nasceram nessa cidade. Nas últimas décadas a cidade se desenvolveu no campo das comunicações, o que tornou necessária a criação de um curso de graduação na área. Espero contar no lançamento com a presença dos estudantes e com a dos meus colegas (jornalistas, radialistas e professores), além, é claro, com a participação das pessoas que de um modo geral tenham interesse na obra de Caco Barcellos.
foto: divulgação
Sobre Sandra Moura: Professora do Departamento de Comunicação e Turismo da Universidade Federal da Paraíba. Jornalista formada pela UFPB. Atuou como repórter dos jornais O Norte e O Combate. Trabalhou em assessoria de imprensa. Mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Exerceu a Chefia de Departamento de Comunicação por duas vezes e, atualmente, é vice-diretora do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da UFPB.
GP – Quando nasceu e em que circunstâncias o desejo de escrever a biografia de Caco Barcellos?
O interesse surgiu em 1998 quando li o livro Rota 66: a história da polícia que mata, que se tornou objeto de estudo do meu Doutorado na PUC-SP. Depois do Doutorado resolvi escrever uma reportagem enfatizando a trajetória do jornalista. Daí surgiu a idéia de publicar o livro Caco Barcellos: o repórter e o método. A obra é dividida em duas partes. A primeira traz uma reportagem sobre a história de vida dele. A segunda trata do seu método de investigação em Rota 66.
GP – Houve dificuldades de levar a frente a idéia, tendo em vista o personagem-tema tratar-se de um dos grandes ícones do jornalismo brasileiro?
Recebi muita atenção dele no momento inicial da tese. Depois ele foi trabalhar como correspondente em Londres e, em seguida, Paris. Aí o nosso contato era via e-mail. Além do trabalho na TV Globo, ele recebe sempre muitos convites para palestras e entrevistas, e, por conta dos seus afazeres, nem sempre podia atender às minhas solicitações no momento em que eu desejava. Mas quando atendia era sempre com muita gentileza e generosidade.
GP – O que representou o Rota 66 dentro de sua proposta de Doutorado e qual a durabilidade da pesquisa?
O livro Rota 66 tem a sua gênese, a sua origem estudada na tese em que abordei o processo de investigação do jornalista a partir dos documentos utilizados na sua apuração, tais como fichas, pautas, fotografias, caderno de anotações e rascunhos. A minha pesquisa sobre o Rota 66 durou de 1998 a 2002, ano em que defendi a tese. Já a reportagem sobre a trajetória do jornalista foi de 2003 a 2006.
GP – O trabalho jornalístico de Caco Barcellos tem sido bastante usado em trabalhos acadêmicos. O que concorre para que discentes e docentes busquem subsídios em Barcellos para suas teses?
Penso que é a seriedade do trabalho dele. Caco Barcellos é sinônimo de credibilidade. Aliado a isso a contribuição dele à defesa dos direitos humanos.
GP – Que análise a senhora faz da linguagem investigativa presente em Rota 66?
Rota 66 é o exemplo típico de como deve ser feito o bom jornalismo. O jornalismo sério, com aprofundamento e apuração rigorosa.
GP – Caco chegou a ler Caco Barcellos - o repórter e o método? Qual a reação dele?
Ainda não conversamos sobre o livro depois da sua publicação. Conversei até o momento com a mãe, dona Antoninha, e os amigos dele que entrevistei para a reportagem. Deles até o presente somente recebi elogios.
GP – Que conselhos a senhora daria aos jovens jornalistas que estão saindo da academia no tocante a sua busca pela fixação no mercado de trabalho?
O conselho é o mesmo que recebi dos meus mestres: procurar cada vez mais exercer o jornalismo com seriedade.
GP – O Garimpando Palavras tem conversado com a senhora tentando viabilizar, em parceria com a Associação de Imprensa do Sertão Paraibano, o lançamento de seu livro em Patos. Na cidade existem diversos veículos de comunicação e muitos jornalistas formados, em sua grande maioria pelas Faculdades Integradas de Patos. Esse cenário seria propício para o lançamento?
Diria que o cenário é muito propício. Patos já tem história no jornalismo paraibano, conheço grandes nomes do jornalismo na Paraíba que nasceram nessa cidade. Nas últimas décadas a cidade se desenvolveu no campo das comunicações, o que tornou necessária a criação de um curso de graduação na área. Espero contar no lançamento com a presença dos estudantes e com a dos meus colegas (jornalistas, radialistas e professores), além, é claro, com a participação das pessoas que de um modo geral tenham interesse na obra de Caco Barcellos.
foto: divulgação
4 comentários:
Ótima entrevista esse blog esta de parabens
amei essa entrevista com Sandra Moura
feliz natal para os leitores dele
Excelente esse livro, pois muito mais que uma biografia, ele revela como é importante o trabalho do jornalismo investigativo, muitas vezes, dando um suporte a própria polícia para elucidação de muitos crimes. Portanto está de parabéns a Jornalista Sandra Moura por esta tão importante obra.
Esta obra muito interessante, mostra toda capacidade investigativa do grande reporter Caco Barcelos. Sendo assim parabenizo a escritora Sandra Moura por esta excelente obra.
Marquinhos......
Show de Bola essa matéria heins!!!!
Parabéns viu!!!!!
Não canso de ler.....
Postar um comentário