Dr. Jairo diz que é possível realizar, com o tempo, vários procedimentos cirúrgicos cardíacos no HRP. |
O
Hospital Regional de Patos Dep. Janduhy Carneiro realizou no final da tarde de
ontem, sexta-feira 11, sua primeira cirurgia de coração, uma pericardiotomia, abertura do saco membranoso pericárdio que rodeia o coração, para a
retirada de líquido. A equipe médica foi coordenada pelo cirurgião cardíaco
Jairo Leal.
Ele explicou que o procedimento
cirúrgico é de emergência e caso não haja rápida intervenção, o paciente pode
entrar em coma e vir a óbito. “O risco de uma transferência de um paciente nestes
casos é muito alto. Como o Hospital de Patos não dispunha de cirurgia cardíaca,
esses pacientes, ou vinham a falecer, ou quando conseguiam transferência, eram
operados em João Pessoa ou Campina Grande”, enfatizou.
Dr. Jairo diz que esse
procedimento não se compara a um de ponte safena ou de válvula, algo longe ainda
de acontecer no Regional de Patos, mas trata-se de um importante passo na
instituição de cirurgias cardíacas, tanto para esse tipo de doença como para
pacientes vítimas de tiros, facadas que porventura venham atingir a cavidade
cardíaca. Hoje o Janduhy Carneiro tem condições de realizar tal procedimento.
O primeiro paciente a passar por
procedimento cirúrgico de coração no HRP sofria de insuficiência cardíaca, ou
seja, o coração não conseguir bombear o sangue em volume suficiente para suprir
as necessidades de todo o organismo. “Ele não conseguia respirar direito e não
aguentaria chegar a Campina Grande ou João Pessoa com o coração comprimido pelo
líquido”, comenta Jairo.
Apresentar um quadro de líquido
preso no coração, dificultando este a trabalhar normalmente, é característica
de paciente com insuficiência cardíaca, uma das inúmeras patologias que atingem
esse órgão vital, e que tem indicação de cirurgia de urgência. O cirurgião
informou que a cirurgia demorou menos de uma hora e que é inadmissível hoje em
dia se perder um paciente por ausência de um procedimento relativamente simples.
O Hospital Regional de Patos não
conseguia realizar esse tipo de intervenção por falta de especialista na área.
O médico Jairo Leal diz que veio residir em Patos e fala que a demanda é muito
grande, como também os desafios que virão, com a possibilidade do HRP fazer
ponte de safena e de válvula cardíaca. Este é um projeto de descentralização de
serviços de alta complexidade que vem sendo construído pelo Governo do Estado
para a região, com apoio dos profissionais médicos e do Hospital Regional.
Nesse projeto consta também a
realização de cateterismo. Hoje o paciente infartado que necessita dessa intervenção,
segundo Jairo, é transferido para Campina Grande ou João pessoa, isso quando
consegue, já que a fila é enorme e muitos não resistem. “A gente tem condições de realizar isso aqui
no Hospital Regional, que tem estrutura, UTI, bloco cirúrgico, anestesistas
bons, equipe de enfermagem e só faltava o cirurgião cardíaco, e que hoje dispõe”,
diz o médico.
Círculo do Coração
Além dessa cirurgia de coração
inaugural no HRP, Jairo destaca a vinda do Círculo do Coração, do qual faz
parte, que está possibilitando salvar a vida de inúmeras crianças, com
diagnóstico e tratamento. “O que queremos aqui é fazer o círculo do coração com
os adultos, para que os que precisem de marca-passo, ponte safena, válvula não
tenham que ir para outros centros de tratamento.
A equipe responsável pela primeira
cirurgia de coração no HRP foi comporta pelo cirurgião cardíaco Jairo Leal, anestesista
Marconi Lustosa, enfermeira Jarina de Sousa, toda equipe do centro cirúrgico, e
do cardiologista Klauber Marques, que acompanhou o paciente.
Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil mais de 300 mil
pessoas morrem por ano vítimas de doenças do coração, quase 30% dos óbitos que
ocorrem no País.
Marcos Eugênio (Assessoria)
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