Luciene (D) com a coord. regional do PSI Gilka de Cássio |
A relação pai e filho tem tido bons avanços. |
Dinâmicas, como a do elogio ajudam a melhorar a autoestima dos pais. |
Alguns sentimentos quando levados à tona para nossa reflexão causam certo desconforto, suscitam dúvidas, e dão uma sacudida na forma como enfrentamos determinadas situações.
Pais interagem bastante na EEEFM Antônia Araújo |
É o caso das escolas públicas do
Estado da Paraíba, que estão se beneficiando com os encontros Educação na
Família, uma ação da Secretaria de Estado da Educação em parceria com a
Organização Inteligência Relacional. Momentos especiais vêm permitindo
autoavaliação dos pais no relacionamento com os seus filhos.
Mais duas escolas de Patos concluíram
o 1º ciclo de educação emocional com os pais ou responsáveis pelos alunos. Uma
delas foi a Escola Estadual de Ensino Fundamental Madre Auxiliadora, localizada
no bairro Jatobá. Jacileide de Lima, 36 anos, mãe de seis filhos, diz que uma
das principais mudanças em seu comportamento tem sido o diálogo com seus
filhos. “Estou muito mais calma quando me dirijo aos meus filhos. Esses
encontros me permitiram entender melhor meus sentimentos e como posso ter mais
harmonia em casa e na comunidade a partir de uma mudança importante: preferir o
diálogo a discussão, compartilhando os ensinamentos em casa”, disse ela.
Entrega de certificados de conclusão dos encontros na Madre Auxiliadora |
Aprender a escutar, a elogiar, a falar
sem agressividade, a perdoar e oferecer apoio à criança têm sido atitudes bem
absorvidas pelos pais com os encontros Emoções na Família. Lucilene Silva de
Oliveira, mãe de aluna da Madre Auxiliadora, reforça essas constatações
explicando que é importante ter mais diálogo com o filho. Em vez de bater e
desabafar os próprios problemas, é preciso ouvir os do próximo.
“A cada reunião descobríamos
muito sobre nós, como ser melhores, perdoar, deixar de lado o rancor, ver o
próximo de uma outra forma, que pudéssemos ser mais interativos e nos
tratássemos com respeito, além de ser mais amigáveis. Em relação ao meu filho,
uma das coisas que aprendi é que é preciso incentivá-lo, elogiá-lo, jamais
dizer palavras grosseiras que possam marcar para sempre sua vida. Quando um pai,
ao ensinar tarefas ao filho, o chama de burro impede a criança de se desenvolver,
criando um bloqueio. É importante mostrar que ela é capaz de crescer”, afirmou Lucilene.
Participação significativa e comprometimento dos pais fazem a diferença
Na Escola Estadual de Ensino Fundamental
Maria Auxiliadora, a formação de educação emocional para as famílias teve como
facilitadoras as educadoras socioemocionais Wilma da Silva, gestora, e
Lindinalva dos Santos, apoiadora pedagógica. A timidez inicial, algo marcante
nas reuniões, cedeu espaço para a interação, tanto na escola como na família,
segundo relata a gestora. “Isso contribui para que se tornassem mais
participativos durante os encontros e abrissem canal do diálogo em casa. Os
vídeos, dinâmicas e palestras foram muito importantes para que os pais
melhorassem a autoestima, aprendessem a lidar e conviver de forma mais fácil
com seus filhos e em comunidade”, opinou Wilma.
Na Escola Estadual de Ensino Fundamental
e Médio Antônia Araújo, no bairro Bivar Olinto, os momentos de Emoções na
Família causaram grande satisfação nos pais, que até pedem para participar do
próximo ciclo. “Essa carência afetiva, de conhecimento de seus sentimentos, de
como enfrentar determinadas situações no seu cotidiano, na família e na comunidade,
“gerou essa afinidade dos pais com a escola ao ponto deles pedirem para que os
encontros tenham continuidade”, explica a gestora Valquíria Araújo.
A educadora Leilsa França diz que
esse processo de educação das emoções não é importante somente para os pais,
mas para os professores também. “São situações comuns a todos nós. As emoções
precisam ser bem trabalhadas para que vivamos em paz”, comenta.
Ela cita o caso de uma mãe que se
sentiu bastante incomodada após uma das dramatizações sobreviolência na família. “Me senti na pele de minhas
filhas, pela forma rude como eu as tratava”, desabafou a mãe para a educadora
socioemocional. As mudanças no relacionamento em casa aconteceram, com respeito
e diálogo mais presentes. Uma das filhas procurou Leilsa para dizer que sua mãe
estava muito boazinha. “Isso foi muito emocionante para mim. Fiquei toda
arrepiada com a forma carinhosa com que a aluna me passou isso”, comentou a
professora, com brilho mais intenso nos olhos.
Todas estas mudanças podem ser
vistas em outro âmbito. A escola vive um momento de alto astral com a
classificação de 33 alunos para a próxima etapa da 11ª Olimpíada Brasileira de
Matemática das Escolas Públicas (OBEMP). Um caso de mera coincidência? Com
certeza não.
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