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segunda-feira, 5 de março de 2012

Cálculos renais, cuidados

Cálculos renais, ou pedras nos rins, são formações endurecidas nos rins ou nas vias urinárias, resultantes do acúmulo de cristais existentes na urina. Sua presença pode passar despercebida, sem sintomas, mas pode também provocar dor muito forte que começa nas costas e se irradia para o abdômen em direção da região inguinal. É uma dor que se manifesta em cólicas, isto é, com um pico de dor intensa seguido de certo alívio. Em geral, essas crises podem ser acompanhadas por náuseas e vômitos e requerem atendimento médico-hospitalar.

SINTOMAS
- Dor nas costas, na altura da cintura.
- Em geral, inicia-se com um desconforto e vai aumentando até que nenhum analgésico de uso oral seja capaz de aliviar.
- Nos homens, há também muita dor nos órgãos genitais.
- Náusea e vômito.
- Ardência para urinar, com sangue em alguns casos, e aumento na frequência das idas ao banheiro.
- Muitas das pedras podem ser comparadas com uma roseta. Ou seja, por onde passa deixa o local machucado. Por isso, a urina pode vir acompanhada de sangue.
O QUE OCORRE
- A pedra se forma no rim e vai descendo em direção à bexiga. Ela pode entupir em qualquer lugar, causando acúmulo de urina acima da obstrução. O rim começa a ser distendido, causando a dor.
- Depois de tanta pressão provocada pelo rim lotado de líquido, o cálculo vai indo em direção à bexiga. A dor é provocada quando as pedras passam pelos tubos que ligam os rins à bexiga.
- A maior parte das pedras é expelida naturalmente. Cerca de 20% dos casos precisam de intervenção.
QUEM PODE TER
- Os cálculos renais podem afetar qualquer pessoa, principalmente as que já têm predisposição genética.
- 24% da população apresenta maior pré-disposição para formar cálculo.
PREVENÇÃO
- Evite comer carne vermelha e sal em excesso. A combinação aumenta a produção de oxalato de cálcio no organismo.
- Tome de dois a três litros de líquidos diariamente durante o verão. Metade da quantidade deve ser de água, e o restante é liberado para frutas ricas em água, como melancia, sucos cítricos de laranja e limão, e chás.
- Se ficar muito tempo exposto ao sol ou calor, aumente a dose.
O chimarrão, bebida consumida em grande quantidade pelos gaúchos, entra na cota dos chás. Não substitui a quantia diária recomendada de água.
AS PEDRAS
Carne e sal em demasia são potenciais formadores dos tipos de cálculos abaixo. Além da dupla, outros alimentos também estão envolvidos no problema. Veja:
- Ácido úrico: frutos do mar e miúdos de galinha ou de gado (20% dos casos).
- Fosfato e oxalato de cálcio: chá preto e achocolatados (80% dos casos).

Tamanho
- Até 0,5 cm: é grande a possibilidade de ser expelida.
- De 0,5 a 1 cm: diminui a chance de sair sozinha, mas ainda é possível.
- Mais de 1 cm: a cirurgia é necessária.
Cada rim tem a forma de um grande grão de feijão e as seguintes dimensões em um adulto:
- Altura: 10 a 13 cm
- Largura: 5 a 7 cm
- Profundidade: 2,5 a 3 cm
- Peso: 120 a 180 g
A cor do xixi
- Quanto mais escuro o seu xixi, maior a chance de problemas.
- O ideal é que urina seja bem clara, parecida com água.
QUANDO INVESTIGAR
- Quando o paciente tem mais de uma queixa de cólica renal ou história familiar de problemas nos rins.
- Nesses casos, o médico pede uma avaliação metabólica capaz de dosar os elementos no sangue e na urina. Se for constatado que algum dos elementos (cálcio, ácido úrico, fosfato e oxalato) em demasia, uma dieta é aconselhada, assim como o uso de medicamentos.
QUANDO OPERAR
- Depende do tamanho e da localização da pedra. Se causa obstrução da urina, o rim dilata. Em alguns casos, ela é expulsa com remédio, em outros é necessário cirurgia, que pode ser por ondas de choque, endoscopia ou invasiva.
QUANDO PODE AGRAVAR
- Em casos de cálculo renal de repetição, ou quando a pedra toma conta da pelve dos rins.
- Aqueles que têm história familiar de doença renal, hipertensão, diabetes ou apresentam inchaço dos olhos e das pernas, dor lombar e sangue na urina devem investigar um possível problema.
- O uso indiscriminado de antiinflamatórios também pode causar problemas, assim como a vitamina C, que aumenta a formação de oxalato (uma das composições dos cristais que são eliminados na urina).
- O cálcio ingerido por mulheres com osteoporose aumenta a chance de formação de pedras. O ideal é redobrar a quantidade de água bebida ao dia.
TRATAMENTO
- Durante a crise, o paciente não suporta a dor e precisa procurar um hospital que aplique analgésico na veia.
- São pedidos exames de sangue, de urina e ecografia para avaliar cada caso e descartar a presença de infecção.
- A cirurgia só é indicada em 10% dos casos, quando se observa que o cálculo está preso no uréter e não consegue descer.

Fontes: Cintia Kruger Sobral Vieira, vice-presidente da Sociedade Gaúcha de Nefrologia, Joaquim de Almeida Claro, chefe do serviço de Urologia do Centro de Referência da Saúde do Homem da secretaria de saúde de São Paulo e Elizete Keitel, nefrologista da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre 


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