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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Autoestima – uma leitura saudável


As mulheres de Tejucupapo

Durante janeiro resolvemos rever alguns de nossos livros da infância. Alegria! Lá estava de Theobaldo Miranda Santos, “Brasil minha pátria! Da 1º a 4º séries” – quem conhece bem essa coleção da Editora Agir é o colega e professor Chagas Amaro. Nela, fui encontrar para meu deleite, “As mulheres de Tejucupapo”, o texto abaixo de Mário Sette, que retrata um acontecimento pouco divulgado sobre a bravura de mulheres nordestinas.

“Na pacífica povoação pernambucana, perto da praia, correu depressa a notícia de que os holandeses haviam desembarcado em Olinda. E que, fortes, aguerridos, começavam a atacar os portugueses, querendo dominar tudo.

Tejucupapo era uma pequena povoação cujos habitantes viviam da lavoura, morando em casebres, felizes no seu labor modesto e honrado. Tão modestos que nunca supuseram que os flamengos os fossem perturbar. E, assim, continuaram a trabalhar. Faina agrícola, de sol a sol, plantando mandiocas, canas, batatas. Tudo em paz, harmonia e segurança.

Um dia, porém, em que os homens haviam ido, quase todos, vender os seus produtos na feira, léguas adiante de Tejucupapo, os holandeses irromperam na povoação e começaram a estragar, propositadamente, as plantações.

Arrogantes, julgavam-se senhores de tudo. E revolviam a terra, arrancavam raízes, cortavam canas. 

De repente, entretanto, viram-se atacados. Atacados vivamente com enxadas, chuços, foices, paus... De tal modo, com tanto ímpeto, que, apesar de serem muitos, tomaram-se de pânico, deixaram tudo, fugiram...

E já distantes é que reconheceram, sem vontade de voltar, que tinham corrido de umas seiscentas mulheres pernambucanas, valentes e patriotas – as mulheres de Tejucupapo”.

Pensata:
Nossa juventude está carente dessas narrativas e desses exemplos valiosos e notáveis. Certamente muitos casos de bravura feminina repetem-se em nosso cotidiano, porém historicamente poucos têm sido registrados.

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