O choque entre dois caminhões baú no quilômetro 63 da BR-230 – estrada para Campina Grande – que causou a morte de um homem, poderia ter provocado uma grande explosão e destruído inclusive o Condomínio Green Ville, localizado às margens da rodovia federal. A avaliação é de um perito em explosivos que esteve no local mas não quis se identificar. O acidente, que causou a morte de um homem e ferimentos noutro, aconteceu às 13h30 de ontem nas imediações da comunidade João Raimundo, município de São Miguel de Taipu. Morreu no local Wanderley Gomes dos Santos, 39 anos, ajudante de carga.
Um dos caminhões transportava cerca de 12 toneladas de explosivos. Uma equipe do Exército esteve no local do acidente, vistoriou a carga, as condições do veículo e determinou que os explosivos fossem transferidos para outro caminhão. O explosivo de demolição tipo B, da marca “Anfomax”, seria entregue em pedreiras nos municípios de Sobrado e Campina Grande. O resultado da perícia feita pela Polícia Rodoviária Federal será divulgado no prazo de até 72 horas.
Prevenção - A inspetora Keilla Melo, coordenadora da Assessoria de Imprensa da PRF, revelou que de domingo até ontem 15 mortes foram registradas em rodovias federais na Paraíba. Ela adiantou que nos próximos dias a PRF vai realizar uma ampla campanha visando conscientizar as pessoas sobre a importância de conduzir veículos com segurança. A campanha vai ser lançada amanhã e será desenvolvida em todo o estado.
O Tenente do Exército Lincoln Andrade, do 15º Batalhão de Infantaria Motorizada, coordenou a vistoria da carga de explosivo e decidiu que o caminhão não seguiria viagem e a carga seria levada até ao posto da Polícia Rodoviária Federal, distante cinco quilômetros do local do acidente para a carga ser transferida para outro veículo. Os motoristas que transportam cargas perigosas necessitam ter curso de movimento de produtos perigosos denominado ‘Moopp’. O motorista Sebastião Westphal e a documentação da carga estavam dentro das normas exigidas pela legislação.
A carga perigosa, nitrato de amônia, estava vindo de Recife e incluía espoletas de retardo (acessórios de detonação). Era transportada no caminhão baú placas AQC 8862 – Quatro Barras-PR. A empresa é a TGA Transportes Tralha Azul do Brasil. O motorista Sebastião Otávio Westphal, não conhecia a região e parou no acostamento para verificar o mapa. Em seguida seu caminhão foi batido na traseira pelo caminhão baú placas MON – 3749 – Cajazeiras, do Grupo Atacadão Rio do Peixe e conduzido pelo motorista Marcos Antonio Araújo de Macedo que foi socorrido para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa sem ferimentos graves.
A operação envolveu equipes da Polícia Rodoviária Federal, Corpo de Bombeiros, Exército Brasileiro, Grupo de Ações Táticas Especiais – GATE, da Polícia Militar, além dos peritos do Instituto de Medicina Legal. Um trecho de 400 metros da rodovia na pista de sentido João Pessoa-Campina Grande foi interditado por cerca de três horas, principalmente pelo risco de explosão da carga.
O Corpo de Bombeiros utilizou oito homens três viaturas, sendo duas de combate a incêndio, com água, pó e espuma. Apesar do grande volume de explosivos a carga era transportada sem escolta de segurança e a equipe do Exército, instituição que autoriza o transporte de cargas explosivas, demorou três horas para chegar ao local do acidente. O tráfego ficou muito lento na BR-230 e a PRF fez um desvio para distanciar os veículos da área interditada. Josélio Carneiro – A União 8/12/2011
fotos Marcos Russo
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