Marcos Eugênio
Até meados do próximo ano já estará funcionando em Patos sua Unidade de Oncologia, assim garantiu o governador Ricardo Coutinho, que veio a esta cidade acompanhado do Ministro da Saúde Alexandre Padilha para celebrar o convênio, em ato realizado no Fórum Miguel Sátyro. O evento também trouxe a Patos o diretor-geral do INCA – Instituto Nacional do Câncer, Luiz Antônio Santini Rodrigues, além do secretário estadual de saúde, Waldson de Sousa, deputados federais Hugo Motta e Efraim Filho, deputado estadual Antônio Mineral, prefeitos de toda a região, dentre outras autoridades.
Outro convênio assinado por Padilha e Ricardo Coutinho diz respeito às novas UPAs – Unidade de Pronto Atendimento. O serviço está sendo ampliado na Paraíba com mais quatro unidades, uma delas para Patos, duas para a Capital e outra para Bayeux. O ministro da Saúde também anunciou a aprovação de projetos de Patos para abertura de mais 8 unidades básicas de saúde. No Estado serão 88 unidades com recursos assegurados pelo programa Brasil sem Miséria, tendo a região ponto crucial dessa política por concentrar 80% das 16 milhões de pessoas que se encontram em situação de extrema pobreza no país.
Sobre a Unacon - Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia, o ministro Alexandre Padilha explicou que a descentralização desse serviço é uma das metas do governo Dilma Rousseff, preocupado com os altos índices de câncer no Brasil, e que serão abertos vinte novos centros de oncologia em cidades de difícil acesso da população a esse tratamento. Falou da importância que tem o INCA, o maior centro de pesquisa e tratamento de câncer da América Latina. “A população sertaneja pode ter certeza que a qualidade do INCA vai estar aqui presente”, enfatizou.
A Unacon de Patos oferecerá desde diagnóstico a tratamento completo de câncer, já que haverá serviços de quimioterapia e de radioterapia. Para desfrutar de radioterapia o Estado fará um ajuste no projeto, segundo Padilha, com a garantia de recursos já separados para essa unidade de R$ 7 milhões.
Elogiou o comprometimento do governador Ricardo Coutinho em descentralizar a saúde, interiorizando os serviços. Padilha falou também da preocupação com o alto índice de câncer no Brasil. Explicou ser importante a mudança de hábitos, sejam alimentares, da parte física e na prevenção de doenças, se referindo principalmente ao público masculino que ainda possui grande tabu quando o assunto é próstata. Apesar dos avanços nos índices sociais brasileiros, alguns problemas chamam atenção, a exemplo da obesidade, com 50% da população com peso acima do ideal.
Nos últimos dez anos o Brasil foi o país que mais cresceu em envelhecimento no mundo. O sedentarismo também é motivo de preocupação para o governo pelas consequências que oferece para a população. Citou o programa nacional Academia da Saúde, que permitirá à população usufruir de equipamentos para práticas diversas de educação física, criando uma cultura benéfica para a saúde.
Outro problema de saúde pública no Brasil citado pelo ministro foi em relação aos mamógrafos, aparelhos de suma importância na detecção precoce de tumores de mama na mulher, cujos índices são altíssimos. Apesar de o país possuir o dobro (1.514) de mamógrafos recomendados pelo Inca para atender a faixa ideal de mulheres (40 e 70 anos) com mamografia, apenas 12% delas são examinadas. Há também maior concentração desses aparelhos nos grandes centros, faltam médicos radiologistas, pessoal capacitado para manusear os aparelhos e assistência técnica. Dos 1.514 mamógrafos do SUS 15% deles estão parados. O ministro disse que a meta é ampliar vagas nos cursos de Medicina, capacitar técnicos e alunos que usam incentivos federais para se formarem, há proposta para estes prestarem serviços por um ano ao SUS, após concluírem o curso, obtendo descontos do financiamento.
O governador Ricardo Coutinho lembrou o sofrimento dos pacientes que são obrigados a buscar tratamento em outro domicílio, percorrendo longas distâncias, enfatizando a importância dessa unidade de oncologia no Sertão. O governador disse que é crucial os municípios desenvolverem ações preventivas na sua estrutura de saúde. Uma das ações do governo estadual citadas por RC para melhorar a rede de saúde da Paraíba são as melhorias, os investimentos nos hospitais, cerca de 60, sejam estaduais, mistos e filantrópicos começam a receber recursos estaduais para que haja maior resolutividade, melhores serviços para a população. O comprometimento dos municípios, pactuando os serviços é algo crucial nesse sentido, segundo o governador.
O secretário estadual de saúde, Waldson de Sousa disse que os investimentos em alta complexidade nos hospitais regionais do Estado começam a apresentar sinais bastante positivos, desafogando os hospitais dos maiores centros como Campina e João Pessoa, que passam a disponibilizar mais leitos e o atendimento se torna mais humanizado, de melhor qualidade. Dentre os investimentos da saúde em Patos, Waldson lembrou a Maternidade Peregrino Filho, onde nos próximos dias haverá o anúncio da abertura de sua ampliação.
O diretor do Hospital Regional de Patos Dep. Janduhy Carneiro, Eliseu de Melo, sobre a unidade de oncologia que será erguida na área interna do Regional, explicou se tratar de mais um importante serviço para a cidade e região. “O câncer é um problema que precisa de urgência, que funcione de forma mais acelerada para que o índice não aumente e a mortalidade possa ser reduzida. Vamos lutar para que essa unidade de oncologia avance muito mais na assistência à população, que tanto precisa desse serviço”, comentou Eliseu.
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