Os 730 servidores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) decidiram durante assembleia realizada ontem no auditório do curso de Administração entrar em greve por tempo indeterminado. Os professores da instituição também se reuniram ontem e definiram que se até o próximo dia 5 de maio não obtiverem êxito nas negociações com o governo do Estado também vão aderir ao movimento. A decisão é válida para todos os campi da UEPB.
A reivindicação dos servidores e professores é pelo cumprimento da Lei de Autonomia Financeira da UEPB. Eles cobram uma dívida do repasse do Estado para a instituição em 2010 e o valor referente ao complemento dos duodécimos de janeiro a março, que não foram transferidos integralmente à universidade, além da regularização do repasse dos duodécimos a partir de abril. A pró-reitora de Finanças da UEPB, Ronilda Braga, informou que o valor ultrapassa os R$ 40 milhões.
Já o governador Ricardo Coutinho disse ontem durante a solenidade em Lagoa Seca, no Brejo, que o Estado não deve nada à UEPB e não entende a razão da greve que só vai prejudicar a comunidade acadêmica. “O tratamento dado à UEPB é o mesmo dos outros órgãos e poderes”, frisou. Ele adiantou que nos meses de janeiro e fevereiro o duodécimo foi repassado de acordo com a média do ano passado e em março teve um reajuste de 4,7%.
Segundo a reitora Marlene Alves, o funcionamento da universidade será mantido. Ela disse que a primeira atitude a ser tomada é respeitar o movimento, que é livre e autêntico, e lutar administrativamente para regularizar a situação o mais rápido possível. Marlene declarou ainda que a greve é de uma categoria, não da universidade, o que permite que a UEPB continue funcionando. “É um prejuízo imenso, mas existem professores para dar aulas e alunos para assisti-las. A greve não é da universidade, é de uma categoria. Eles não podem impedir os alunos de assistirem às aulas”, finalizou.
Reivindicações - O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior do Estado da Paraíba (Sintes-PB), Severino Ramos, declarou que ficou definido, em assembleia, que a única solução para as reivindicações da categoria era entrar em greve. Severino ainda informou que o movimento conta com o apoio dos estudantes e que lamenta não encontrar o mesmo apoio por parte dos professores. “Mais uma vez são os servidores que carregam a instituição nas costas. Lamentamos essa traição que sofremos dos professores”, concluiu.
Aproximadamente 18 mil alunos ficaram sem aulas ontem devido à paralisação. Além das aulas, serviços como restaurante universitário e clínicas-escola também ficaram parados. Só a clínica-escola de Fisioterapia atende diariamente a cerca de 80 pessoas.
Jornal da Paraíba
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