Por: Iara da Silva Machado
As festas e comemorações ditas profanas existem na humanidade desde épocas remotas e as conseqüências abusivas também são históricas.
Daí a proposta de uma reflexão sobre os abusos de comportamento. Nos dias atuais as festas de carnaval acumulam índices altíssimos de tragédias sociais de toda ordem.
O ser humano tem um limite interno que quando ultrapassado e desrespeitado necessitará de estímulos para suportar manter-se onde efetivamente não tem mais energia para compor. São nesses momentos que a pessoa sai do eixo do necessário para o eixo abusivo, alimentando o organismo com excedentes de álcool, fumo e outras substâncias psicoativas que interferem no funcionamento natural do sistema nervoso central ocasionando, muitas vezes, condutas que em estado “normal” o indivíduo não realizaria por está atento ao campo interno dos limites, aquilo que denominamos “autocensura”, ou princípio moral.
Na juventude é mais difícil discernir o que fazer e como fazer para dimensionar a percepção dos limites internos, porque nesta fase tudo é transição, e a referência de Si estar relativamente embotada. Cabe aos pais, cuidadores ou responsáveis diretos por essa “turma de passagem” estimular a reflexão sobre a atenção aos seus corpos, seus gostos, desejos, vontades reais...
Ajudar aos jovens a aprenderem a parar para se perguntar se o que estão fazendo é uma vontade pessoal ou simplesmente estão seguindo as massas, no dito popular: Seguindo a boiada!
O papel dos adultos que já vivenciaram essa fase de múltiplas experiências é minimizar os excessos de comportamentos dos filhos, tendo em vista que estamos numa reformulação de princípios e valores culturais e sociais que envolvem a família.
Várias formas de família permeiam a sociedade atual. Vários modelos de educação doméstica estão sendo reavaliados, portanto, não se pode deixar que a juventude caminhe solitária, sem a mão firme e segura da energia paterna e a mão suave e acolhedora da energia materna, sendo ambos amorosos com os filhos na senda da orientação para o mundo lá fora!
As seduções carnavalescas são inúmeras porque atingem diretamente a sensorialidade dos jovens, aquilo que dar imenso prazer de ver, falar, ouvir, sentir e fazer. Para contribuir na leitura da saúde emocional da adolescência é necessário haver atenção e tolerância, paciência e verdade, coragem moral e consciência desperta para que a juventude que tem seus responsáveis adultos não tenha a desculpa real de que “não sabiam a extensão do dano do qual estavam sendo expostos” por falta de orientação familiar adequada.
Deixar os filhos seguirem o fluxo das vivências na sociedade não é negativo, porque favorece a maturação da experiência, que só se adquire com a vivência, mas também é imprescindível que no momento em que esse filho é autorizado a ir vivenciar algo no mundo externo possa ir com recursos mentais e valores formais de base para poder comparar e escolher com fundamentação parental segura, desse modo, os riscos continuarão a rondar a juventude como também quaisquer fases da vida humana, porém as ferramentas para lidar com esses riscos e seduções sociais negativas serão mais eficientes, pois que, o modelo, o exemplo positivo e adequado, no contexto familiar pode gerar um verdadeiro escudo de proteção emocional para resistir aos convites abusivos do social degenerado.
Foi atribuído ao Dalai Lama a seguinte resposta quando lhe perguntaram o que mais o surpreendia na humanidade:
“O Homem. Porque ele perde a saúde para ganhar dinheiro e depois gasta o dinheiro para recuperar a saúde; vive pensando no futuro ansiosamente de tal modo que não vive bem nem o presente nem o futuro e vive como se nunca fosse morrer e morre como se nunca tivesse vivido”.
Aos pais e jovens deixamos esse alerta e convite:
Não tenha pressa de viver a vida como se não fosse haver mais tempo para usufruir. Viva moderadamente cada dia e assimilará a beleza que é perceber o presente, o agora. Os excessos nos deixam míopes para perceber e enxergar a maravilhosa oportunidade de existir e Ser.
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