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terça-feira, 26 de maio de 2009

Glaucoma atinge 635 mil brasileiros que não sabem que estão doentes



No Brasil, 635 mil pessoas não sabem que possuem glaucoma e 985 mil tiveram a doença diagnosticada, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (COB). O glaucoma é responsável pela maior causa de cegueira irreversível no mundo. Até 2010, 8,4 milhões de pessoas perderão a visão. Hoje (26), o Dia Nacional de Prevenção do Glaucoma, a preocupação é com as pessoas que não sabem que estão com a doença. “O glaucoma é uma doença que nos preocupa muito porque 80% dos portadores não sentem absolutamente nada, então nós temos que abordar os fatores de risco” afirmou Paulo Augusto de Arruda Melo, professor adjunto do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O glaucoma é uma doença ocular causada pelo aumento da pressão interna do olho que provoca lesão no nervo óptico e no campo visual, podendo levar à cegueira. Há três tipos de glaucoma, o congênito, apresentado por recém nascidos; o secundário, que ocorre após cirurgia ocular, catarata avançada, uveítes (inflamações na úvea), diabetes, traumas ou uso de corticóides e o crônico, que costuma atingir pessoas acima de 35 anos de idade.
De acordo com Arruda Melo, o glaucoma atinge lentamente o globo ocular e as pessoas vão se adaptando, e quando percebem as alterações na visão, a doença já está num estágio avançado. Segundo ele, o glaucoma não pode ser evitado. Mas o tratamento impede a cegueira. “Não conseguimos prevenir a chegada do glaucoma, o que conseguimos prevenir é a cegueira pelo glaucoma”, disse. Por isso, o CBO recomenda a realização anual do exame oftalmológico.
O glaucoma é uma doença crônica que não tem cura, mas na maioria dos casos pode ser controlada com tratamento adequado e contínuo. O tratamento da doença é feito com colírios que baixam a pressão intra-ocular, ou com medicamentos. “O grande problema é a fidelidade ao tratamento, como 80% das pessoas não sentem nada elas acabam abandonando o tratamento”, afirmou o professor. Segundo ele, quando o tratamento medicamentoso não apresenta resultado é recomendada a cirurgia a laser ou de incisão, para impedir a evolução da doença.
Tem maiores riscos de desenvolver a doença, pessoas com histórico de glaucoma na família, indivíduos com mais de 40 anos de idade, pessoas da raça negra, indivíduos míopes que usam lentes acima de seis graus, diabéticos e pacientes que tiveram trauma ocular ou doenças intra-oculares, de acordo com a Associação Brasileira de Amigos, Familiares e Portadores do Glaucoma (Abrag).
O glaucoma está na lista das doenças do Ministério da Saúde como uma das patologias relacionadas no Programa de Combate às Principais Causas de Cegueira no Brasil. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza as cirurgias para conter a evolução da doença.
Agência Brasil

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