Inácio Andrade Torres* (colaborador)
Historicamente, a mulher sempre foi subestimada em seus valores. Isso aconteceu por uma série de fatos que, através dos tempos, foi se acumulando e, conseqüentemente, gerando uma acomodação natural por parte do sexo feminino. Acomodação que tem sido reanimada a duras penas.
Esse processo de conformismo inicia-se na sociedade primitiva onde a mulher recolhe-se no interior da casa para executar as “famigeradas prendas domésticas”. Ao contrário delas, seus parceiros tomam o campo, a rua, numa luta mais amplas e que permite avanços em comunicação, conhecimentos, estratégias de guerras, mecanismos para sobrevivência que compreendem desde a pesca, a caça o arado e a convivência mais estreita com a liberdade e a independência.
Os avanços de desenvolvimento das mulheres tomam corpo praticamente a partir da idade moderna - mais ainda com o processo de industrialização -, quando elas partem para a rua, ganham as fábricas. Mesmo desvalorizadas em suas atividades, avançam no trabalho, modificam o conceito de dona de casa e, no meado do Século 20, graças aos seus esforços e organização são mais valorizadas e reconhecidas pelos seus feitos em favor da humanidade.
No Brasil até a época getulista, a mulher se quer tinha o direito de votar, de participar da vida econômica e política do país. A idéia disseminada entre a comunidade era de que o sexo feminino tinha como função básica a procriação. Aliás, uma idéia que, repassada de geração a geração, fortaleceu-se ganhando credibilidade, sobretudo entre os homens daquela época, ainda cheios de cavilação, de manhas e de vaidade. Foi preciso muito tempo para que esse modelo adquirisse uma nova conotação.
Historicamente, a mulher sempre foi subestimada em seus valores. Isso aconteceu por uma série de fatos que, através dos tempos, foi se acumulando e, conseqüentemente, gerando uma acomodação natural por parte do sexo feminino. Acomodação que tem sido reanimada a duras penas.
Esse processo de conformismo inicia-se na sociedade primitiva onde a mulher recolhe-se no interior da casa para executar as “famigeradas prendas domésticas”. Ao contrário delas, seus parceiros tomam o campo, a rua, numa luta mais amplas e que permite avanços em comunicação, conhecimentos, estratégias de guerras, mecanismos para sobrevivência que compreendem desde a pesca, a caça o arado e a convivência mais estreita com a liberdade e a independência.
Os avanços de desenvolvimento das mulheres tomam corpo praticamente a partir da idade moderna - mais ainda com o processo de industrialização -, quando elas partem para a rua, ganham as fábricas. Mesmo desvalorizadas em suas atividades, avançam no trabalho, modificam o conceito de dona de casa e, no meado do Século 20, graças aos seus esforços e organização são mais valorizadas e reconhecidas pelos seus feitos em favor da humanidade.
No Brasil até a época getulista, a mulher se quer tinha o direito de votar, de participar da vida econômica e política do país. A idéia disseminada entre a comunidade era de que o sexo feminino tinha como função básica a procriação. Aliás, uma idéia que, repassada de geração a geração, fortaleceu-se ganhando credibilidade, sobretudo entre os homens daquela época, ainda cheios de cavilação, de manhas e de vaidade. Foi preciso muito tempo para que esse modelo adquirisse uma nova conotação.
Mais espaços
A partir dos anos cinqüenta, certamente instigadas pelos movimentos de cunho mundial, as mulheres brasileiras deram um salto de desenvolvimento em todos os setores da sociedade brasileira. Ganharam maiores espaços nas artes plásticas, na literatura, nos serviços públicos, na política partidária, na indústria, no comércio, nas profissões liberais e até na religião.
Em alguns países - noticiou a imprensa recentemente - as mulheres têm sido reconhecidas por instituições masculinas. Na Irlanda o clube de tênis Dublin’s Fitzwilliam, que em 120 anos de existência só permitiu a participação masculina, agora aprovou a admissão de mulheres. Copiaram esses exemplos, o Clube de Equitação da Escócia e Orquestra Filarmônica de Viena. Fundados, respectivamente em 1514 e 1844, essas duas instituições nunca haviam admitido mulheres em seus quadros. São ações desse tipo que constroem uma convivência salutar, ativa e solidária entre homens e mulheres.
O certo é que, apesar dos ganhos pela população feminina, ainda hoje em muitos lugares do mundo, as mulheres são tratadas como verdadeiras escravas. Ainda há países onde elas recebem um tratamento brutal e desumano. No Oriente Médio, conforme notícias de jornais e TV, autoridades e líderes religiosos comportam-se de forma incompatível com a época em que vivemos, pois alguns deles ainda cortam das jovens de seus países até mesmo o direito de irem à escola ou de assistirem a um jogo de futebol.
Chega-se a conclusão de que a luta desenvolvida pelas mulheres do mundo inteiro tem uma diretriz fundamentalmente fincada na racionalidade, na prudência e no espírito de justiça, se assim não fora jamais haveriam conseguido espaços relevantes sem a necessidade do uso da força e da prepotência”.
Vitórias
Como se vê as vitórias (na educação, saúde, políticas públicas, justiça e segurança) das mulheres foram muitas, mas ainda há grandes desafios e lutas pela frente. Daí porque neste dia é salutar pensarmos no compartilhamento contínuo e permanente dessas conquistas com os homens. Aliás, somar esforços, consolidar parcerias e minimizar distâncias devem ser sempre a aspiração de homens e mulheres em favor da justiça, da solidariedade, da igualdade, do respeito e do amor entre os humanos.
Encerro esse artigo com esse trecho do Talmud Hebreu, um livro que contem ditados dos rabinos, em que diz: “Tome cuidado ao fazer uma mulher chorar, pois Deus conta as suas lágrimas. A mulher saiu da costela do homem. Não dos pés para ser pisoteada. Mas do seu lado para ser igual. Debaixo do braço para ser protegida e do lado do coração para ser amada”. E com essa poesia de Victor Hugo, intitulada o homem e a mulher que, embora escrita no século XIX, seja merecedora de críticas, ainda tem muito de atual e de valioso a ser posto em prática na contemporaneidade.
“O homem é a mais elevada das criaturas. A mulher é o mais sublime dos ideais.
Deus fez para o homem um trono, para a mulher um altar.
O trono exalta, o altar santifica.
O homem é o cérebro. A mulher o coração.
O cérebro produz a luz. O coração o amor.
A luz fecunda. O amor ressuscita.
O homem é o gênio. A mulher o anjo.
O gênio é imensurável. O anjo indefinível.
A aspiração do homem é a suprema glória.
A aspiração da mulher é a virtude extrema.
A glória traduz grandeza. A virtude traduz divindade.
O homem tem a supremacia. A mulher a preferência.
A supremacia representa a força. A preferência representa o direito.
O homem é forte pela razão. A mulher invencível pelas lágrimas.
A razão convence. A lágrima comove.
A homem é capaz de todos os heroísmos. A mulher de todos os martírios.
O heroísmo enobrece. O martírio sublima.
O homem é o código. A mulher o evangelho.
O código corrige. O evangelho aperfeiçoa.
O homem é o templo. A mulher o sacrário.
Ante o templo nos descobrimos. Ante o altar ajoelhamo-nos.
O homem pensa. A mulher sonha.
Pensar é ter um cérebro. Sonhar é ter na fronte uma auréola.
O homem é um oceano. A mulher um lago.
O oceano tem a pérola que embeleza. O lago tem a poesia que deslumbra.
O homem é um águia que voa. A mulher um rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço. Cantar é conquistar a alma.
O homem tem um farol, a consciência. A mulher tem uma estrela, a esperança.
O farol guia. A esperança salva.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra. A mulher onde começa o céu.
Encerro esse artigo com esse trecho do Talmud Hebreu, um livro que contem ditados dos rabinos, em que diz: “Tome cuidado ao fazer uma mulher chorar, pois Deus conta as suas lágrimas. A mulher saiu da costela do homem. Não dos pés para ser pisoteada. Mas do seu lado para ser igual. Debaixo do braço para ser protegida e do lado do coração para ser amada”. E com essa poesia de Victor Hugo, intitulada o homem e a mulher que, embora escrita no século XIX, seja merecedora de críticas, ainda tem muito de atual e de valioso a ser posto em prática na contemporaneidade.
“O homem é a mais elevada das criaturas. A mulher é o mais sublime dos ideais.
Deus fez para o homem um trono, para a mulher um altar.
O trono exalta, o altar santifica.
O homem é o cérebro. A mulher o coração.
O cérebro produz a luz. O coração o amor.
A luz fecunda. O amor ressuscita.
O homem é o gênio. A mulher o anjo.
O gênio é imensurável. O anjo indefinível.
A aspiração do homem é a suprema glória.
A aspiração da mulher é a virtude extrema.
A glória traduz grandeza. A virtude traduz divindade.
O homem tem a supremacia. A mulher a preferência.
A supremacia representa a força. A preferência representa o direito.
O homem é forte pela razão. A mulher invencível pelas lágrimas.
A razão convence. A lágrima comove.
A homem é capaz de todos os heroísmos. A mulher de todos os martírios.
O heroísmo enobrece. O martírio sublima.
O homem é o código. A mulher o evangelho.
O código corrige. O evangelho aperfeiçoa.
O homem é o templo. A mulher o sacrário.
Ante o templo nos descobrimos. Ante o altar ajoelhamo-nos.
O homem pensa. A mulher sonha.
Pensar é ter um cérebro. Sonhar é ter na fronte uma auréola.
O homem é um oceano. A mulher um lago.
O oceano tem a pérola que embeleza. O lago tem a poesia que deslumbra.
O homem é um águia que voa. A mulher um rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço. Cantar é conquistar a alma.
O homem tem um farol, a consciência. A mulher tem uma estrela, a esperança.
O farol guia. A esperança salva.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra. A mulher onde começa o céu.
* Inácio Andrade Torres é professor da UFCG
Esse texto é dedicado a minha esposa Goreti Andrade, as minhas filhas Ankilma, Morgana e Sara, a todas as mulheres de Cajazeiras e do Sertão e, em especial, às participantes do Grupo de Mulheres Mastectomizadas de Cajazeiras - Amigos do Peito, onde em tão pouco tempo vi, aprendi e senti a importância da valorização da vida e da solidariedade. A elas devo muito de minha formação humanista.
Esse texto é dedicado a minha esposa Goreti Andrade, as minhas filhas Ankilma, Morgana e Sara, a todas as mulheres de Cajazeiras e do Sertão e, em especial, às participantes do Grupo de Mulheres Mastectomizadas de Cajazeiras - Amigos do Peito, onde em tão pouco tempo vi, aprendi e senti a importância da valorização da vida e da solidariedade. A elas devo muito de minha formação humanista.
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