Bebês estão na UTI Neo da unidade, com funções estabilizadas, mas ainda sem previsão de alta por causa da prematuridade. Cesárea foi feita com 29 semanas
O sucesso de um nascimento múltiplo e com prematuridade depende muito da equipe que conduz o procedimento, da unidade de saúde que realiza o parto e do suporte médico e de equipamentos no atendimento pós-parto. A dona de casa Erilane Fernandes Ferreira, que teve um parto de trigêmeos prematuros, de 29 semanas, na tarde desta quinta-feira (15), na Maternidade Dr. Peregrino Filho, de Patos, pôde ser atendida no alto sertão paraibano e contar com todo o suporte necessário para ter uma cesárea bem conduzida e uma assistência adequada para seus bebês graças a excelência de serviços prestados pela Maternidade, que é referência no sertão, inclusive, para atendimento de gravidez de alto risco. Para realização do parto, a maternidade mobilizou 10 profissionais, três deles pediatras.
O obstetra que conduziu o procedimento foi Dr. Odir Pereira Borges Filho, diretor geral da unidade, que já vinha acompanhando a paciente durante a gestação de risco. Ele foi auxiliado pelo Dr. Erico Djan. O anestesista foi Dr. Tavio Leal e os pediatras Vandezita Mazarro, Almir Soares e Klecida Rodrigues. A enfermeira da equipe foi Alana Azevedo e os técnicos Danielle Oliveira, Gislayne Tacyana e Orlando Laurentino.
O primeiro bebê, Maria Clara Fernandes de Sousa, nasceu às 17h16, com 1.095g, Maria Eduarda, nasceu em seguida, as 17h17, com 770g e o último a nascer foi Maria Heloísa, as 17h18, com 950g. Por conta do baixo peso e da prematuridade, elas foram encaminhados para a UTI Neo da maternidade onde permanecem recebendo cuidados intensivos. As três bebês estão entubadas, com uso de ventilação mecânica, recebendo medicação intravenosa por cateter umbilical, além de antibióticos, para evitar infecções, e soro venoso, para estabilizar a parte hemodinâmica.
Segundo o pediatra Fabrício Bezerra Formiga, que está acompanhando as recém nascidas, também já foram administradas duas doses de sulfactante para aceleração da maturidade pulmonar. “Esses bebês estão tendo toda a assistência necessária aqui na Maternidade de Patos e é importante frisar que, atualmente, temos as mesmas condições de atender recém-nascidos prematuros que tem maternidades de Campina Grande e João Pessoa e isso é fruto do esforço do governo do estado de descentralizar o atendimento de saúde, dotando as unidades do interior com condições de prestar assistência em casos mais delicados como esse”, destaca Dr. Fabrício. Segundo ele, não há previsão de alta para os bebês. “Provavelmente, Maria Clara, que tem maior peso, tenha alta mais cedo, mas Maria Eduarda, que pesa menos, deve ficar na UTI, pelo menos, uns 30 dias”, avalia o médico.
Dr. Odir explica que se o atendimento em casos de prematuridade e o baixo peso não for feita em unidades com capacidade para atender casos de alto risco, a mortalidade de recém nascidos é grande. “O atendimento nesse tipo de caso é complexo por isso a disponibilidade de pessoal qualificado, equipamentos e medicamentos faz toda a diferença nos índices de desenvolvimento de bebês prematuros. Onde não há disponibilidade de uma assistência mais complexa, os índices de mortalidade normalmente são altos”, destaca o médico.
Erilane, 27 anos, que mora na cidade de Aguiar e já tem um filho de sete anos, já sabia da possibilidade de ter uma gravidez múltipla em função de casos na família dela e do esposo, o pedreiro José Luiz de Sousa. “Mesmo assim, foi uma surpresa saber que eu estava grávida de trigêmeos. Atribuo isso a uma benção divina”, disse ela, que foi pega de surpresa na última quarta-feira (07), quando foi fazer um ultrassom de rotina, que identificou um comprometimento na pressão do cordão umbilical e a pouca presença de líquido. “Eu nem tive tempo de ir para casa. Fui logo internada e graças a Deus deu tudo certo. Eu estou bem e meus bebês estão tendo a assistência que precisam. Agora eles estão nas mãos de Deus e dos cuidados da Maternidade”, disse ela, elogiando o serviço da Peregrino Filho. Enquanto os bebês ficarem na Maternidade, a mãe permanecerá na unidade, acompanhando a evolução do quadro. Quando eles tiverem condições de se alimentar irão receber o leite materno.
Sobre gravidez de múltiplos
Ela ocorre quando mais que um feto nasce no final de uma só gravidez. Há diferentes nomes para nascimentos múltiplos, em função do número de nascituros. Nomes comuns para dois e três nascituros são os termos gêmeos e trigêmeos, respectivamente. Há dois tipos principais nos nascimentos múltiplos, osdizigóticos ou fraternos e os idênticos ou monozigóticos. Estes últimos ocorrem quando um só ovócito é fertilizado e o zigoto resultante se divide em mais que um embrião: deste modo os irmãos idênticos têm o mesmo material genético. Os irmãos dizigóticos resultam da fertilização e implantação de mais do que um ovócito, e assim não são geneticamente idênticos. O caso de Erilane foram três gêmeos idênticos.
Ascom
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