Após várias assembléias para
discutir as propostas do dissídio coletivo, os operários da construção civil de
Patos ainda não conseguiram um acerto de valores com o patronato e vão cruzar
os braços na próxima terça-feira 22, em protesto pelo não avanço nas negociações. A mobilização é um aviso da possível greve
por tempo indeterminado, já a partir do dia 11 do próximo mês.
As mesas redondas ainda não
avançaram o suficiente e os operários aguardam uma proposta decente por parte
do patronato. O Sintrincin – Sindicato dos Trabalhadores Intermunicipal das
Indústrias da Construção Civil e do Mobiliário de Patos e Região está
mobilizando a categoria, passando todas as informações do processo em curso. O
índice de reajuste solicitado no início das negociações foi de 15%. Os patrões
ofereceram apenas 3%.
Raimundo Nonato |
Em outra mesa redonda o
Sindicato, em assembléia, baixou para 13% e mais recentemente para 9,5%. O
máximo que o patronato ofereceu foram 6% de reajuste. Se até a próxima
terça-feira 22 não for oferecida uma proposta entre 9 a 9,5% a greve será
inevitável. Esse indicativo de greve foi acatado pela categoria no dia 8 do mês
passado. Os de João Pessoa já pararam e de Campina Grande também estão prestes
a radicalizar o movimento, também parando.
“Os trabalhadores não querem
parar suas atividades, mas uma proposta menor que 9% não aceitaremos”, comentou
Raimundo Nonato, presidente do Sindicato. Em Patos são cerca de 900 operários
com registro em carteira. Mas há praticamente o mesmo número de operários que
não desfrutam dos direitos trabalhistas. Ele cita a recente greve ocorrida na
Bahia, que durou quatro dias, em que os operários obtiveram 9% de aumento e da
cesta básica, que passou a valer R$ 270,00. Em Patos a cesta básica oferecida é
de apenas R$ 38,00.
Falta fiscalização do MT
Nonato acusa a falta da
fiscalização do Ministério do Trabalho nos canteiros de obras para obrigar os
patrões a registrar seus funcionários. “É uma instituição que deveria estar do
lado do trabalhador e isso não vem ocorrendo em Patos e região”, criticou
Raimundo.
Marcos Eugênio
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