Compromisso com a verdade dos fatos

Bem-vindo ao blog Garimpando Palavras

sábado, 29 de março de 2014

Audiência pública discute exigência do diploma de jornalista para exercício da profissão

















A Câmara Municipal de Patos, casa Juvenal Lúcio de Sousa, realizou na manhã deste sábado 29, audiência pública proposta pelo vereador Fernando Jucá (PT), a fim de discutir a volta da exigência do diploma de jornalista para o exercício da profissão, direito tirado em 2009 quando o STF derrubou o diploma ao atender pedido do Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão de São Paulo e MPF, sob argumento do registro ferir a liberdade de imprensa. Paralelamente a esta audiência ocorreu na Câmara a eleição da nova diretoria da AISP – Associação de Imprensa do Sertão Paraibano, tendo como chapa única representada pela jornalista Luanja Dantas.

De lá para cá a Fenaj – Federação Nacional de Jornalistas, juntamente com sindicatos estaduais, compraram a briga para fazer valer a obrigatoriedade do diploma. Ano passado a PEC, de autoria do senador sergipano, Antônio Carlos Valadares, que exige formação acadêmica para o exercício do jornalismo, foi aprovada no Senado e deverá seguir para apreciação da Câmara Federal.

A audiência, aberta pela presidente da Casa, Nadi Gerlane, contou com a presença de mais três vereadores, Fernando Jucá, autor, Lúcia de Fátima, Isis Karla, Inácio de Gelo, Cláudia Leitão e Diogo Medeiros. Vários dos convidados compareceram ao encontro, a exemplos dos deputados federais Luiz Couto (PT), Hugo Motta (PMDB), o secretário geral do Sindicato dos Jornalistas da Paraíba, Land Seixas, João Pinto, da API – Associação de Imprensa da Paraíba, TC Cunha Rolim, comandante do III BPM, vice-prefeito Lenildo Morais, Alexandre Nunes, presidente da OAB Seccional Patos, presidente do Giaasp – Grupo Independente de Análise e Ação Social e Política, Luciano Dias, profissionais da imprensa patoense e de outras cidades.

Fernando Jucá fez considerações sobre a profissão jornalista, lembrando da preparação necessária, através de curso superior, comportamento ético e parabenizou a iniciativa do grupo Movimento Diploma Já, que busca apoios para que a luta pelo registro profissional como condição para o exercício receba adesão na Câmara.

Um vídeo produzido pelo Movimento foi exibido explicando a proposta de ação, bem como funciona uma PEC – Proposta de Emenda à Constituição. Gilclécio Lucena, representando o Movimento Diploma Já fez críticas à derrubada do diploma e destacou a precarização da profissão, lembrando a necessidade de maior envolvimento dos profissionais, no convencimento dos parlamentares a decidirem a favor da PEC. Lembrou também do compromisso que as instituições públicas, privadas dever ter no repasse da informação precisa, a responsabilidade social que elas têm.

Land Seixas, do Sindjor-PB chamou de conluio, um verdadeiro acordo  entre as empresas de comunicação e o STJ na derrubada do diploma. “Hoje os meios de comunicação estão nas mãos de mais de 60% dos congressistas”, destacou, para demonstrar a árdua luta que existe para que a PEC seja aprovada, conclamando a todos para enfrentá-la. Questionou a qualidade do jornalismo praticado hoje pela invasão de pessoas despreparadas no exercício. Land ressaltou também a importância do Conselho Federal de Jornalismo, que precisa existir para lutar pela categoria, como também fiscalizar a atividade.

O deputado federal Luiz Couto (PT), no uso da tribuna, se referindo à PEC, disse que o grande problema da Câmara Federal não é mais a questão da votação pela comissão especial e sim que haja a indicação pelos líderes para sua composição e para sua instalação. Criticou as grandes empresas de comunicação, que fazem pressão pela não aprovação. Acusou também a falta de vontade política para a celeridade na aprovação da Proposta de Emenda à Constituição, mas que o Movimento Diploma Já, os jornalistas poderiam contar com ele nessa caminhada. Falou da importância de se lutar também pela segurança do profissional, de um piso nacional. “A questão do diploma não é só um direito do jornalista, que estudou, trabalhou. Não vai prejudicar ninguém, por que a lei não pode retroagir para prejudicar ninguém. Depois que for promulgada, todos que vierem a exercer a profissão terão que ter o diploma, diploma esse que passa a ser instrumento de luta do jornalista”, explicou.

João Pinto, presidente interino da API, falou da sua satisfação de retornar a Patos, participando de mais uma eleição da AISP e discutindo a obrigatoriedade do diploma de jornalista.  Disse que a API, juntamente com co Sindicato dos Jornalistas, irão à Brasília pegar a assinatura da bancada paraibana, se comprometendo com a aprovação da PEC. “A API vai engrossar esse movimento e com certeza sairemos vitoriosos e orgulhosos dessa luta”, enfatizou.

O deputado federal Hugo Motta, que requereu à mesa da Câmara federal a instalação de uma comissão especial para que a PEC seja regulamentada. “O Senado Federal cumpriu seu papel, aprovando a matéria, resta agora a nós deputados federais fazer o mesmo. E quando aprovarmos tenho a certeza que a presidente Dilma irá sancionar. Mas é preciso que haja pressão aos congressistas, como houve no Senado”, comentou Hugo. Acrescentou que a mesma articulação feita para aprovar a PEC que pede a regulamentação do Agente de Trânsito, que andou rapidamente na Câmara, também acontecerá para que haja a regulamentação do diploma de jornalista.

O representante da OAB, Alexandre Nunes, parabenizou a iniciativa do Movimento Diploma Já por instigar a Câmara Municipal, e a esta por abrir suas portas, dando apoio à luta pela regulamentação do diploma, conseguindo a participação de lideranças políticas, imprensa estadual. Confirmou também apoio incondicional da OAB ao Movimento Diploma Já.


Nenhum comentário:

Arquivo do blog