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sábado, 6 de outubro de 2012

A FAMÍLIA E A VIDA MORAL




IARA DA SILVA MACHADO

 
Em cada época, a realização da moral é inseparável de certos princípios básicos ou regras básicas de comportamento que a sociedade em seu conjunto, ou uma de suas partes, apresenta a toda a comunidade social ou a um grupo de seus membros.

Esses princípios morais básicos nascem da relação com determinadas necessidades sociais, e a realização da moral tem vinculação com as condições sociais as quais se refere, com as aspirações e interesses que os inspiram e com o tipo concreto de relações humanas que pretendem regulamentar.

Essas reflexões trazidas por Adolfo Sanchez Vãzquez, no livro Ética, traz a percepção do quanto as avaliações acerca da conduta humana não deveriam ser pautadas num único foco do “eu acho isso ou aquilo do outro”, porque o ato moral implica a consciência e a liberdade, mas só pode ser livre e consciente a atividade dos indivíduos concretos, por isto, em sentido próprio, tem caráter moral somente os atos dos indivíduos enquanto seres conscientes, livres e responsáveis, ou também os atos coletivos, enquanto forem planejados em conjunto e realizados conscientemente em comum por diferentes indivíduos. Assim, portanto, o verdadeiro agente moral é o indivíduo como ser social.
 
A família por ser a forma mais elementar e mais primitiva de comunidade humana foi chamada de célula social. Nela se realiza o princípio da propagação da espécie e se desenrola, em grande parte, o processo de educação do indivíduo nos seus primeiros anos, assim como a formação da sua personalidade, por tudo isto, assume grande importância do ponto de vista moral.

Em sentido estrito, a família é a comunidade formada por pais e filhos. Na família articulam-se laços naturais ou biológicos e relações sociais que prevalecem e influem sobretudo na forma e na função da comunidade familiar. Sua base é o amor como sentimento que se eleva sobre a atração mútua de caráter sexual, alicerçando assim em bases mais sólidas a união dos cônjuges.

Na atualidade novos mecanismos relacionais se apresentam como desafio para a harmonia familiar, no sentido da educação infantojuvenil, na globalização, nas reformulações de interesses que permeiam a família nos níveis material, emocional, intelectual e espiritual.

A moral, no sentido de um sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas, dotadas de um caráter histórico e social, sejam acatadas livres e conscientemente, por uma convicção íntima, e não de uma maneira mecânica, externa ou impessoal, tem sido testada todos os dias nas relações doméstico-familiares, quando as convicções internas dos pais ou cuidadores são confrontadas pelas ideias dos jovens contemporâneos, solicitando um olhar novo para algumas ações e a firmeza de argumentos ditos antigos, no entanto, atuais e necessários para a ordem e o equilíbrio do desenvolvimento do ser que estagia na juventude, acreditando muitas vezes que tem o controle remoto do mundo nas mãos, convidando subconscientemente os pais para ajuda-los a sair deste equívoco e mesclar o novo com o velho, o bom lado do novo e o útil lado do velho como parceiros de evolução para uma qualidade de vida melhor para muitos no âmbito da família, qualificando assim a própria sociedade para melhor.

publicado simultaneamentee com o pbnoticias.com

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