Ex-diretor do Presídio, Estênio Dantas |
Marcos Eugênio
Uma ação envolvendo as polícias
Militar e Civil, PM de Pernambuco, com colaboração da PF e PRF, prendeu 22
pessoas na manhã quarta-feira (21), acusadas de tráfico de drogas, prejuízos à
administração pública, homicídios. Dentre os presos estão o ex-diretor do
Presídio Regional de Patos, Estênio Dantas e Dimitrius, este exercia essa
função na atualidade, além de mais cinco agentes penitenciários. “Lamentamos
esses jovens agentes concursados enveredarem pelo crime, mas a Segurança
Pública não tolera esse tipo de comportamento”, disse o secretário de Estado de
Administração Prissional da Paraíba, Harisson Targino.
A operação, denominada Hidra,
numa alusão a Hidra de Lerna, na mitologia grega, animal com nove cabeças de
serpentes com poder de regeneração após o corte de uma delas, teve início às 2h
da madrugada nas cidades paraibanas de Patos, São Bento,
Teixeira São José de Piranhas e em São José do Egito-PE, cidade que vinha sendo
importante centro de vendas dos alucinógenos, levando a população a protestar
em praça pública, pedindo providências dos órgãos de segurança.
Foram expedidos 23 mandados de
prisão temporária (30 dias), 22 já cumpridos. A Polícia recolheu diversas
provas em que os agentes de Patos traziam drogas para dentro do Presídio, de
onde eram distribuídas com os revendedores para comerciá-las na região de
Patos, com intensidade também em São José do Egito.
A organização é acusada de
executar várias pessoas que poderiam denunciar os atos do grupo. Uma morte, que
ainda está sendo apurada, falta o laudo da polícia científica, é do detento
Marcelo Oliveira, preso na operação “Laços de sangue”, vítima de um incêndio em
7 de outubro do ano passado, durante um incêndio na
enfermaria do Romero Nóbrega. Segundo o delegado Cristiano Jacques, Marcelo
teria sido espancado e queimado ainda vivo. Ele explicou que a prisão provisória
poderá ser prorrogada por mais 30 dias, tempo para que as investigações se
aprofundem para que seja solicitada a preventiva dos acusados.
Dimitrius, o
atual diretor até esta manhã, foi flagrado circulando livremente com detentos
pela cidade, sem qualquer autorização judicial. Há vídeos, apresentados na
coletiva com a imprensa hoje no Patos Water Play, mostrando Dimitrius
transportando em carro da penitenciária um dois detentos, Ariano e um outro
acusado de latrocínio, para uma residência próximo ao III Batalhão, uma reunião
que durou várias horas.
O comandante
do Policiamento Regional II, Cel. Almeida, explicou que as investigações
tiveram início há oito meses, depois de uma denúncia. “Após essa denúncia o
serviço de inteligência passou a monitor o movimento no Presídio Romero
Nóbrega, que motivou a abertura de inquérito policial, culminando com essas
prisões”, enfatizou.
O delegado
da regional, Cristiano Jacques, explicou que, apesar de várias operações, com a
Polícia retirando de circulação diversos traficantes, muitas mortes e o tráfico
não diminuíam. “De dentro do presídio, com a participação dos agentes, os
detentos comandavam vários crimes, inclusive sendo retirados do presídio para
atos ilícitos”, adiantou Jacques.
Em Patos
foram cumpridos 15 mandados de prisão, cinco em São José do Egito, três homens
e duas mulheres, um em São José de Espinharas e outro em Sousa, este de Patos.
Ao todo foram três mulheres, uma de Patos. A maioria foi presa dentro
do presídio.
Todos os agentes e outros presos
vão ser transferidos para o Presídio de Segurança Máxima PB1, de João Pessoa.
Na coletiva desta manhã várias autoridades policiais, além do secretário de Estado da Segurança e da Defesa Social, Cláudio Lima, comandante geral da Polícia Militar, coronel Euller Chaves,
dentre outros. O Presídio Regional Romero Nóbrega já tem novo diretor, Agente
Jacson.
Agentes detidos:
Estênio Dantas, Dimitrius, Ivanildo, Emanuel, Daniel, Wigne,
Fábio
Além destes, a maioria tratada pela alcunha:
Arrepiado, Carlito, Caboré, Sriano, Mãria José, Damião Gouveia,
Piu, Neguinha, Wandinho, Murilo, Marcos, Max, Nêgo Chico, Precheca e Arruda
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