IARA DA SILVA MACHADO
“Seja uma luz para ti mesmo.” (Buda)
Adolfo Sanchez Vazquez, escritor e professor da Universidade do México, em seu discurso sobre a Ética cita que nas relações cotidianas dos indivíduos entre si, surgem continuamente problemas como estes: Devo cumprir a promessa x que fiz a pessoa y, embora hoje perceba que o cumprimento me causará certos danos? Devo dizer sempre a verdade ou há ocasiões em que devo mentir? Podemos considerar bom o homem que se mostra caridoso com o mendigo que bate à sua porta e, durante o dia – como patrão – explora impiedosamente os operários e os empregados da sua empresa? Se o indivíduo procura fazer o bem e as conseqüências de suas ações são prejudiciais àqueles que pretendia favorecer, porque lhes causa mais prejuízo do que benefício, devemos julgar que age corretamente de um ponto de vista moral, quaisquer que tenham sido os efeitos de sua ação?
Em situações como as citadas acima, os indivíduos se defrontam com a necessidade de pautar o seu comportamento por normas que se julgam mais apropriadas ou mais dignas de ser cumpridas. De acordo com elas, os indivíduos compreendem que têm o dever de agir desta ou daquela maneira.
Desta forma temos, pois, de um lado, atos e formas de comportamento dos homens em face de determinados problemas, que chamamos morais, e, do outro lado, juízos que aprovam ou desaprovam moralmente os mesmos atos. Mas, por sua vez, tanto os atos quanto os juízos morais pressupõem certas normas que apontam o que se deve fazer. Assim, quando afirmo que se deve falar a verdade em quaisquer circunstâncias. Pressupõe a norma “o ato de mentir é um traço negativo de conduta pessoal e social.”
Na vida cotidiana, o comportamento prático-moral, que já se encontra nas formas mais primitivas de comunidade, sucede posteriormente, a reflexão sobre eles.
À diferença dos problemas prático-morais na ética são caracterizados pela sua generalidade. Se na vida real um indivíduo enfrenta uma determinada situação, deverá resolver por si mesmo, com a ajuda de uma norma que reconhece e aceita intimamente, o problema de como agir de maneira a que sua ação possa ser boa, isto é, moralmente valiosa. Será inútil recorrer à ética com a esperança de encontrar nela uma norma de ação para cada situação concreta. A ética poderá dizer-lhe, em geral, o que é um comportamento pautado por normas, ou em que consiste o fim – o bom – visado pelo comportamento moral, do qual faz parte o procedimento do indivíduo concreto ou o de todos. O problema do que fazer em cada situação real é um problema prático-moral e não teórico-ético.
A ética é teoria, investigação ou explicação de um tipo de experiência humana ou forma de comportamento dos homens, o da moral, considerado, porém na sua totalidade, diversidade e variedade.
Então, a ética é a ciência do comportamento moral do homem em sociedade e a validação do que é certo e errado tem relação direta com a subjetividade do indivíduo. O crivo da razão é pessoal e intransferível, quanto mais conhecimento de Si, mais possibilidades de avaliar o sim e o não através de um diálogo interno, de tal modo que a ação escolhida possa trazer mais equilíbrio e gratificação, gerando o bem estar, ao qual denominamos consciência tranqüila.
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JUNHO DE 2011
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