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sábado, 4 de outubro de 2008

Uma palavra aos futuros prefeitos do Brasil




Inácio Andrade Torres
(colaborador do Garimpando)
professor da UFCG/ETSC

Neste 5 de outubro, a atual Constituição brasileira, completará vinte anos, motivo – e nada mais justo - pelo qual esta data vem sendo comemorada como o dia da Constituição Cidadã.
05 de outubro é também consagrado ao bóia-fria. Denominação que se dar ao trabalhador rural que atua quase sempre por empreitada e que faz refeição no campo. Designa também a pessoa que leva a comida de casa para o trabalho.
Já o 6 de outubro, é o dia do prefeito, logo não havendo razão maior para enviarmos através da DRC esse recado a todos eles, na esperança de que entendam como uma contribuição para o cargo que assumirão por quatro anos.
Primeiro. Uma vez eleitos os senhores serão prefeitos de todos os munícipes, por isso deverão dispensar tratamento justo e igual a todos os concidadãos, independente de que tenham sido na campanha correligionários ou opositores.
Segundo. Não subtraiam nem permitam, a quem quer que seja, dinheiro dos cofres públicos sem uma justa causa e aprovação legal.
Terceiro. Utilizem como critérios para indicação de assessores, a habilidade e a competência técnicas, a grandeza moral, a eticidade e a história pregressa individual.
Quarto. Lembrem-se: nepotismo é crime. Aliás, o Conselho Nacional do Ministério Público, de forma pioneira e vanguardista, aprovou, em 05/09/05 resolução que coíbe a prática do nepotismo no âmbito da União e dos Estados. Algumas cidades já adotaram essa resolução. Portanto, não nomeiem parentes de primeiro, segundo ou terceiro graus. Isso pode lhes causar desprestígio e embaraço jurídico. Pior ainda: desconfiança popular.
Quinto. Trate o patrimônio público com cuidado e zelo. Fuja de especuladores e de oportunistas. Uma regra de ouro é comprar e pagar tudo a vista e não atrasar salários dos funcionários. Prefeitos que assim procederam, obtiveram descontos de até 30% nas compras e ganharam a credibilidade do povo.
Sexto. Procurem conhecer os funcionários e promovam a capacitação dos que demonstram maior interesse. Valorizem aqueles mais dedicados, responsáveis e qualificados. Paguem o salário justo e em dia e, sempre que possível dirijam aos seus comandados uma palavra de estímulo, carinho e respeito.
Sétimo. Usem sempre a racionalidade, a consciência profissional e sejam rígidos, mas como diz Che Guevara, nunca percam a ternura e a humanização.
Oitavo. Mantenham-se sempre sintonizados com os Governos Federal e Estadual e com prefeitos de municípios vizinhos. Essas parcerias devem ser sólidas, pois acima de quaisquer desencontros ou picuinhas políticas, procurem colocar a sua cidade, o nosso estado e a nossa pátria.
Nono. Prefiram a palavra dura do justo à mentira amena do bajulador. O babão de forma subserviente lhes adulará, mas ocultamente lhes trairá; é, portanto, um inimigo íntimo invisível.
Décimo. Sejam humildes, nunca subservientes. Corajosos, nunca arrogantes. E ser corajoso significa, quando necessário, aceitar até mesmo estragos da impopularidade, do que ceder a desejos injustificáveis de políticos aproveitadores e interesseiros.
Por fim, nunca confundam política com politicalha; pois conforme Rui Barbosa, a primeira “afina o espírito humano, educa os povos no conhecimento de si mesmos, desenvolve nos indivíduos a atividade, a coragem, a nobreza, a previsão, a energia, cria, apura e eleva o merecimento”. Já segunda, não passa de um “jogo da intriga, da inveja e da incapacidade”.
Enfim, enquanto a política é “a higiene dos países moralmente sadios, a politicalha é a malária dos povos de moralidade estragada”.

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