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quinta-feira, 22 de maio de 2008

Pesquisa revela “Saúde do Médico”


Por Larissa Borges com o Garimpando

O Centro de Pesquisas e Documentação (CPDOC) do Conselho Federal de Medicina planejou e executou amplo estudo com 7.700 médicos de todo o Brasil, de diferentes cidades. Foram avaliados aspectos diversos, como estafa profissional, indicadores psiquiátricos (fadiga, depressão, ansiedade), doenças relacionadas na Classificação Internacional de Doenças (CID-10 – última atualização), medicamentos utilizados e consumo e abuso de drogas psicotrópicas. E apontadas as precárias condições de trabalho, com jornadas extenuantes, multiplicidade de atividades, desgaste profissional e redução de salários.

Suscetíveis às doenças corriqueiras

Contrariando o imaginário popular, os médicos não são imunes às doenças prevalentes na população em geral. O coordenador do estudo, Genário Barbosa, explica que, com base na relação constante na CID-10, a pesquisa buscou conhecer as patologias mais freqüentes entre os médicos participantes – os quais, no momento em que respondiam ao questionário, foram inquiridos acerca da presença ou não de doença diagnosticada.
As doenças mais prevalentes foram as que incidem sobre os olhos (26,4%), seguidas pelas que acometem o sistema osteomuscular e tecido conjuntivo (22,2%) e, finalmente, as que atingem o aparelho circulatório (21,8%). Doenças endócrinas, metabólicas e nutricionais (19,1%), bem como as enfermidades do aparelho digestivo (19,7%), também estão entre as mais freqüentes.
Os participantes da pesquisa foram indagados acerca do uso contínuo de algum medicamento sob recomendação médica. Responderam afirmativamente 1.302 entrevistados, que ainda indicaram os fármacos prescritos. Significativa parcela de médicos faz uso de dois ou três medicamentos e a média dos mesmos, por entrevistado, é de 1,5.
Uso de substâncias químicas
Dos médicos que responderam à pesquisa, 7,7% disseram ser portadores de transtornos mentais ou comportamentais. Com relação ao uso de medicamentos, em geral receberam 416 prescrições de um total de 1.993, equivalente a 20,9%.
O estudo tratou, ainda, do uso esporádico e/ou eventual ou regular de substâncias químicas, inclusive fármacos, capazes de alterar o humor, o pensamento e/ou as sensações. Para tanto, apresentou aos participantes uma lista com 15 grupos de substâncias.
Mostrou, também, que 60% a 80% dos entrevistados são dependentes de nicotina e revelou que 82,2% dos médicos exercem até três atividades em medicina.

Jornada excessiva

Dos entrevistados, 39,5% trabalham de 41 a 60 horas semanais, número bem superior ao padrão de um trabalhador contratado sob regime de CLT. “Há médicos que trabalham em cinco locais diferentes. Que lazer podem oferecer às suas famílias, se trabalham tantas horas por dia?”, alerta o coordenador do CPDOC.
A partir de uma amostra dos entrevistados, o livro traz informações quanto à formação profissional, religiosidade e sexualidade dos médicos – quase 40% referem diminuição da libido e cerca de 30% afirmam estar insatisfeitos com a vida sexual.

fotos:farmacia.com.pt/www.medicinaintensiva.com.br

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