Rede estadual de
Educação da Paraíba reconhece o papel do educador como líder que inspira o
aprendizado emocional
Tida como a primeira profissão, base
para todas as demais capacidades técnicas, a figura marcante do professor é
algo que vai bem além da idealização, do sonho que move as pessoas na busca por
uma vida de sucesso, especialmente dos pais, os primeiros a imaginarem qual
profissão que seu filho seguirá. Quem não lembra de sua primeira professora,
seja em qual for seu ambiente?
Memórias que nos levam a um passeio por
lembranças diversas que, em sua maioria, nos emocionam. Da escola, dos
coleguinhas, das brincadeiras no intervalo, da merendeira, dos desenhos
rabiscados na lousa. Enfim, um universo apaixonante onde a imagem de um
professor especial dificilmente é apagada de nossas mentes, de nosso coração, pois
sempre esteve e estará lá cumprindo uma verdadeira missão, como nos referimos a
seu papel.
Apesar de todo o significado que existe
em torno do papel e dedicação do educador, que passa mais tempo com os filhos
dos outros do que com os seus, ele sempre enfrentou e enfrentará grandes
desafios, e que vem se moldando através dos tempos.
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Marta Medeiros |
Para Marta de Medeiros Correia - gerente executiva de
Educação Infantil e Ensino Fundamental da Secretaria de Estado da Educação, a
sociedade impõe profundas mudanças em todos os perfis profissionais, porém de
forma mais evidente para o educador, pelas concepções pedagógicas, em que o
sujeito passa a ser o centro da aprendizagem e requer um cuidado diferenciado,
voltado para ações de protagonismo e participação ativa do processo ensino-aprendizagem. “Nesse
movimento o educador precisa articular teoria e prática, por meio de um
conhecimento interdisciplinar, com ênfase nas dimensões do indivíduo, cujo
objetivo é Ser e Estar disponível inteiramente para o processo de ensino”,
enfatiza.
Uma das iniciativas do Governo
Estadual, através da Secretaria de Estado da Educação foi adotar a educação
emocional, por meio da Metodologia Liga Pela Paz, com objetivo de criar uma
Cultura de Paz e Não Violência na escola, como também melhorar o
ensino-aprendizagem e incluir socialmente os educandos. Os educadores são capacitados
pelo Estado e pela Organização Inteligência Relacional com acompanhamento
pedagógico, que fortalece o desenvolvimento das habilidades socioemocionais da
comunidade escolar.
“A educação emocional incentiva o
diálogo e a participação ativa dos educandos e estimula o respeito ao outro,
valorizando as relações existentes na escola e na família. Assim, abre-se um
espaço em que são explorados conceitos que geram valores de convivência
escolar, de respeito pela diversidade e pluralidade cultural naquele ambiente”,
complementa Marta.
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Paula Francinete |
A professora do 3º ano e coordenadora
do PSI da Escola Prof. Luiz Alberto, em São José de Piranhas, pertencente à 9ª
GRE – Gerência Regional de Educação, Paula Francinete, aponta a necessária
força do educador para o enfrentamento da violência escolar. “Os conflitos
psicológicos que fazem parte do cotidiano das crianças são levados por eles
para a escola. Vivendo num verdadeiro campo de batalha, o educador precisa
procurar subsídios para vencer as adversidades que envolvem as emoções de seus
alunos. Essa ajuda busquei na Liga Pela Paz”, afirma.
Ela diz, ainda, que a metodologia lhe
oferece confiança e suporte para o desenvolvimento das atividades, ampliando
seu olhar sobre os conflitos vivenciados no dia a dia. Paula faz questão de
destacar a importância de uma formação continuada, que possibilita ampliação
dos conhecimentos, e autoavaliação das práticas adotadas em sala de aula,
contribuindo para que os comportamentos dos alunos sejam melhor compreendidos.
Paula Francinete teve seu projeto “Literatura
Infantil: Diversidade Sim, Preconceito Não! Menina Bonita do Laço de Fita”,
premiado no “Mestres da Educação”, em 2015, ao usar como embasamento os
conceitos da Educação Emocional e Social. “A Liga Pela Paz é uma
metodologia que tanto as crianças quanto os professores abraçaram com muito
carinho. Este ano também farei uso da educação das emoções para concorrer
novamente ao prêmio”, informou Paula.
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Joelma Rodrigues |
As dificuldades socioeconômicas, os
conflitos familiares, o uso de drogas, a violência, o bullying são citados por Joelma Rodrigues Souto Miranda, professora
da Escola Dep. Gustavo Amorim, em Guarabira (2ª GRE), como grandes desafios
para o educador. Apesar das dificuldades em lidar com temas dessa natureza, que
envolvem as emoções dos alunos e de toda a comunidade escolar, a educadora
explica que hoje os professores possuem um aliado, um instrumento
transformador, a Liga Pela paz, e comemora as mudanças que vem ocorrendo nas
escolas estaduais da Paraíba. “Eu era muito explosiva. Hoje trabalho minhas
emoções, regulo meus sentimentos, e assim sei conduzir melhor o trabalho em
sala de aula”, reforça Joelma.
Este mês dos professores nos traz a
gratidão e também a reflexão sobre este importante papel. Educar exige
compromisso, dedicação, sensibilidade para compreender tantas diferenças que
existem em uma sala de aula, vontade de crescer, tanto profissional como
emocionalmente, aproveitar as oportunidades que vão fortalecer sua árdua, mas
gratificante luta para o bem-estar social.
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