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terça-feira, 10 de novembro de 2015

Primeiro dia oficial do IGF é marcado por discussões de marcos civis da internet, direitos humanos e cibersegurança



A manhã do primeiro dia oficial da décima edição do Fórum de Governança da Internet (IGF) da Organização das Nações Unidas (ONU) foi marcada pela conferência principal, com participação de autoridades do Brasil e diversos países, moderada pela subsecretária para Relações Internacionais da ONU, Nermine Elsaadany. A sessão foi marcada pela fala de representantes de diferentes nacionalidades, de governos e sociedade civil. As falas dos participantes apontaram assuntos concernentes aos direitos humanos e acesso à internet, de oportunidade para todos, privacidade dentro e fora da rede (online e offline) e, em especial, de cibersegurança.

O professor Claudio Furtado, presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq) e membro da Comissão Brasileira do IGF, explicou que a conferência principal teve participação de ministros da comunicação de diferentes países e a possibilidade de membros da sociedade civil de questionar o marco civil da internet de vários locais do mundo. “O que para mim é particularmente interessante nesse evento é a discussão da parte técnica, de novos desenvolvimentos, de como será a internet do futuro. Nessas discussões, podemos ver o que virá por aí em termos de inovação tecnológica”, comentou Furtado.

Entre as nacionalidades presentes na discussão da conferência principal, foi possível verificar representantes do Afeganistão, Canadá, Egito, Espanha, Estados Unidos, Indonésia, entre outros - diferentes culturas e backgrounds tentando chegar a um denominador comum sobre a governança da rede mundial.

Temas pertinentes - Dentre os cerca de 20 workshops que aconteceram nesta manhã, as temáticas envolviam diferentes assuntos, entre eles: acesso da internet a deficientes; segurança online da criança na internet; liberdade de expressão online; coalisão sobre neutralidade da internet; economia digital e empregos.

Percival Henriques, presidente da Associação Nacional para Inclusão Digital (Anid), comentou que uma das discussões que mais lhe interessa no IGF é a do “next billion”, que trata do acesso à internet para o próximo bilhão de pessoas no mundo. “Nós da Anid estamos redigindo um texto a ser discutido aqui sobre este assunto, tratando dos desafios de conectar o maior número de pessoas nos próximos anos. Será uma construção coletiva e estamos aqui para apresentar e discutir com outros colegas da área”, disse.

Presenças internacionais – Gary Grumbach, um estudante da Universidade da Carolina do Norte (North Carolina University), dos Estados Unidos, estava comparecendo pela primeira vez a um evento do IGF e era igualmente sua primeira vez no Brasil. Ele também participa do projeto universitário “Imagining the Internet” e juntamente com colegas, coletava depoimentos de participantes do que eles pensavam ser o futuro da rede.
Ele quis deixar claro que não era um especialista na Internet, mas esta era uma excelente oportunidade de pesquisa. “É uma experiência maravilhosa poder vir ao Brasil e fazer pesquisa sobre o futuro da Internet, porque é isso que fazemos com o “Imagining the Internet” nos EUA. Aqui e pelo projeto, podemos ouvir opiniões bem distintas sobre o uso da internet pelas pessoas, desde um acadêmico italiano, de um jornalista, de um técnico, por exemplo. Fazemos uma coletânea dos vídeos e os postamos via Youtube pelo www.imaginingtheinternet.org” explicou o universitário.

James Wood é diretor sênior de Comunicação Estratégica da Internet Society (ISOC), uma organização não governamental de associados profissionais que facilita e sustenta a evolução técnica da Internet e promove o desenvolvimento de novas aplicações do sistema. “Somos uma comunidade global de profissionais bastante envolvidos no processo que se discute aqui no IGF. Participamos de todos os IGFs passados dos últimos dez anos. Todos nós, no mundo inteiro, estamos trabalhando para manter a internet aberta, resiliente, um ambiente seguro e de olho no futuro.”, explicou Wood.

Ele acrescentou que Brasil e América Latina são importantes parceiros do grupo, que tem ao total aproximadamente oitomil membros e que em eventos desse tipo pode-se discutir questões prementes para internet, mas que afetam milhões de pessoas no mundo. “Sabemos que há problemas críticos que precisam ser discutidos, como a segurança na rede. Uma coisa importante do Fórum é permitir um espaço para se pensar nesses problemas, reunir toda a comunidade a fim de resolvê-los e fazer a diferença em desenvolvimentos de políticas sobre o assunto”, resumiu James Wood.

secom

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