Escola de Santa
Luzia, na Paraíba, comemora conquista de prêmio nacional
A Escola Estadual de Ensino Fundamental Arlindo Bento de
Moraes, do município de Santa Luzia-PB, ainda está em festa com o merecido 7º
Prêmio Educar para a Igualdade Racial e Gênero, reconhecido pelo MEC e criado
pelo Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT).
Vencedora na categoria Quilombola, a escola foi premiada
com R$ 10 mil, um notebook, coleção de livros sobre diversidade e igualdade
étnico-racial, formação continuada referente à temática, 12 meses de
acompanhamento pela equipe do CEERT e participação no grande evento de
premiação em São Paulo, ocorrido no dia 15 de outubro e representado por
Francisco José Alves Junior, diretor da EEEF Arlindo Bento de Moraes.
Júnior afirma que o prêmio veio coroar um trabalho que vem
sendo desenvolvido pela escola desde 2011 e que, apesar das dificuldades, é
bastante gratificante. Para ele, a comunidade se identificou com a proposta da
escola quilombola e com a Metodologia Liga Pela Paz, desenvolvida pela
Inteligência Relacional e implantada pelo Governo do Estado por meio da
Secretaria de Estado da Educação. “Tudo isso contribuiu sobremaneira para o
êxito desse importante prêmio para a Paraíba e para a melhoria do desempenho
escolar”, concluiu o gestor.
Destaque entre as 643 escolas inscritas e ganhador entre 14
finalistas de vários estados brasileiros, com conceitos fundamentais de Cultura
de Paz e Não Violência, o projeto “Sou Negro, sim!” apresentou diversas atividades
realizadas na escola e na comunidade. Palestras, visitas de campo junto às
comunidades quilombolas (Talhado), construção de grupos de música, dança e
teatro, mostras culturais, caminhadas reflexivas e aulas de Educação Emocional
e Cultura de Paz fazem parte deste projeto vencedor.
Educadores da Arlindo registram passagem do Prof. João pela Escola. |
Certificado do prêmio. |
Prof. João conhece parte da didática usada pela Escola. |
O fundador e orientador estratégico da Inteligência
Relacional, Professor João Roberto de Araújo, esteve na Arlindo Bento para
abraçar educadores, gestores e alunos por esse reconhecimento nacional.
Aproveitou para conhecer algumas iniciativas pedagógicas que facilitam o
aprendizado dos alunos. “Foi uma importante conquista da escola. Parabenizo o
entusiasmo desses educadores que estão cada vez mais comprometidos com a
educação, com a promoção da paz, envolvendo a comunidade para que esta possa
viver em harmonia, com respeito e diálogo, priorizando a tolerância”, comentou Araújo.
Durante a palestra em homenagem aos educadores, ministrada
pelo professor em Patos, no dia 21 de outubro, a Escola Estadual Arlindo Bento de
Moraes recebeu uma homenagem da Inteligência Relacional. O destaque foi para a
dedicação, o esforço e o trabalho de toda a gestão, que foi enaltecida e
reconhecida. O gestor José Alves Júnior recebeu, em nome da escola, lembranças
como forma de agradecimento pelo olhar acolhedor ofertado à comunidade em
benefício do respeito à diversidade.
Quilombola do Talhado e o Cinema Novo
Quilombola
do Talhado, centro de grande parte das atividades do projeto “Sou Negro, Sim!”,
tem um grande significado para o Cinema Novo. A Serra do Talhado ganhou fama em
1960 com o curta-metragem Aruanda, do cineasta Linduarte Noronha, película
considerada precursora do Cinema Novo no Brasil. A pobreza, a luta pela
sobrevivência, o trabalho das louceiras, cuja produção tinha como mercado a
cidade de Santa Luzia, aparecem como destaque.
Além
de Aruanda, documentário chamado de “Estética da fome”, pelo cineasta baiano
Glauber Rocha, outros dois versaram sobre a quilombola, “Talhado – Uma Relação
com o Presente” (lançado em fevereiro de 2008) e “Talhado” (lançado em Santa
Luzia, no dia 29 de maio de 2009).
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